JOANESBURGO ? Os resultados de uma investigação sobre acusações de corrupção contra o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, foram divulgados nesta quarta-feira. Um relatório afirma que foram encontradas evidências de possíveis atos de corrupção na alta cúpula do governo. Zuma havia movido uma ação na Justiça para impedir a publicação do documento, mas retirou o o pedido nesta quarta-feira, segundo o seu advogado. África do Sul
Os investigadores pedem que Zuma estabeleça uma comissão judicial de inquérito nos próximos 30 dias. O presidente é acusado de manter relações impróprias com ricos homens de negócios.O líder sul-africano enfrenta acusações de corrupção há mais de uma década, masrepetidamente nega qualquer irregularidade.
Milhares de manifestantes protestam pela renúncia de Zuma em frente ao Tribunal Superior da capital, Pretória, e também diante de escritórios do governo. Grupos de oposição estão se reunindo ainda em outras grandes cidades do país.
Um juiz da corte de Pretória ordenou que o relatório fosse divulgado ainda nesta quarta-feira. A decisão veio depois de o advogado de Zuma informar ao tribunal que seu cliente não tentaria mais bloquear o relatório, sem dar mais detalhes.
A publicação foi redigida pela ex-chefe anticorrupção Thuli Madonsela, pouco antes de ela deixar o cargo em meados de outubro.
Thuli investiga alegações de que Zuma deixou a abastada família Gupta exercer influência indevida em seu governo. Os Guptas foram acusados de tentar nomear ministros em troca de favores empresariais. Tanto Zuma quanto a família Gupta negam as alegações.
Em um caso sem precedentes contra Zuma, a respeitada Fundação Nelson Mandela pediu, de forma velada, na terça-feira, a renúncia do chefe de Estado.