RIO – O Instituto Inhotim, em Brumadinho, não vai mais realizar a performance “Vanguarda viperina”, criada por Tunga (1952-2016) em 1985 e apresentada uma única vez no Brasil, no mesmo ano. A decisão foi tomada depois que o conselho de ética do Instituto Vital Brazil, que cedeu as cobras para o trabalho em sua apresentação original, recusou-se a participar. Diante disso, Inhotim preferiu substituir a performance por outra (ainda será decidida qual).
O conselho de ética do Vital Brazil se reuniu na tarde de quarta-feira, e, segundo a assessoria de comunicação do instituto, não chegou a um consenso sobre o empréstimo, que envolveria a sedação dos animais para que não representassem um perigo durante a realização do trabalho.As serpentes eriam sedadas e trançadas, com acompanhamento de biólogos. O público poderia acompanhar o destrançar dos répteis à medida que o sedativo perderia efeito.
Outras ações estão previstas na homenagem ao artista: na quinta-feira dia 8, às 17h, narrativas escritas por ele serão lidas por convidados e e distribuídas ao público em uma edição comemorativa. Já às 19h, a coreógrafa Lia Rodrigues, parceira de trabalho do artista, coordena uma nova apresentação de “True rouge”, realizada em Inhotim em 2004, antes da abertura da instituição ao público. Homens e mulheres nus espalham gelatina vermelha por seus corpos e pela obra enquanto o material vai se depositando nos vidros e piso da galeria.
A outra performance a ser apresentada, já na sexta-feira, dia 9, é “Make-up coincidence”, em que um casal nu maquia as esculturas de “A Prole do Bebê” (2002) com giz, pasta de maquiagem, gelatina e esmalte cerâmico ao mesmo tempo em que passa os materiais no corpo. Ela acontecerá na Galeria Psicoativa.