RIO – As lanchas da italiana Ferretti, como a ?Manhattan?, apreendida pela Polícia Federal no dia 17, durante a Operação Calicute, são conhecidas como uma espécie de Ferrari dos mares, verdadeira lenda entre os milionários do mundo. Fotos obtidas com exclusividade pelo GLOBO confirmam o padrão de luxo da embarcação, que foi classificada como um iate pelos agentes que a apreenderam.
A força-tarefa da Lava Jato suspeita que a lancha “Manhatan Rio”, antiga “Queen Helen”, comprada por R$ 5 milhões, em setembro de 2007, pela MPG Participações Ltda, de Paulo Fernando de Magalhães Pinto Gonçalves, teria Cabral como verdadeiro dono. Pelo menos três indícios sustentam a suspeita: o registro da embarcação, na marina do Portobello Resort, onde Cabral tem casa em Mangaratiba, os depoimentos de um marinheiro da ?Manhattan? e de um funcionário do condomínio, confirmado que o ex-governador era usuário freqüente do barco, e pelo menos mais uma situação semelhante, de um carro em nome de Paulo Fernando, cujo dono seria também Cabral.
Embora a embarcação, apreendida na última quinta-feira, figure oficialmente em nome da MPG Participações, de Paulo Fernando Magalhães Pinto Gonçalves (ex-assessor de Cabral), Francisco José Sidney de Oliveira, identificado como marinheiro que a pilota, contou à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal que a ?Manhattan? era usada de fato por Cabral e família. Fontes do condomínio informaram que, por causa do tamanho da embarcação – 75 pés e 24 metros de comprimento – a administração do condomínio teve de mudar a ponte que dá acesso a uma parte do Portobello chamada “ilha”, transformando-a em ponte levadiça.
O marinheiro Francisco José revelou que, devido ao tamanho (75 pés correspondem a quase 24 metros) e da profundidade, o iate ficava ancorado no Marina Verolme, em Mangaratiba. De lá, deslocava-se até o condomínio Portobello (onde a família de Cabral tem casa), quando o ex-governador o acionava pelo telefone. As ligações eram feitas por Cabral ao marinheiro, sem passar por Paulo Fernando, segundo o depoimento.
A presença frequente da ?Manhattan? no cais do ex-governador foi confirmada à PF por um funcionário do Portobello, Alessandro Neves Lopes. Ele acrescentou que, além de usar o iate, Cabral mantinha no local um jetsky e uma embarcação de pequeno porte.
As investigações também encontraram um helicóptero, prefixo PP-MOE, registrado em nome da MPG Participações. A aeronave foi vendida em setembro passado para uma empresa situada em Dalaware, EUA
CONDOMÍNIO FEZ PONTE ELEVADIÇA PARA IATE DE CABRAL PASSAR
A força-tarefa da Lava Jato suspeita que a lancha “Manhatan Rio”, antiga “Queen Helen”, comprada por R$ 5 milhões, em setembro de 2007, pela MPG Participações Ltda, de Paulo Fernando, teria Cabral como verdadeiro dono. A lancha está registrada no condomínio Portobello Resort, em Mangaratiba, onde a família Cabral tem casa e foi apreendida na Operação Calicute. Fontes do condomínio informaram que, por causa do tamanho da embarcação – 75 pés e 24 metros de comprimento – a administração do Portobello Resort teve de mudar a ponte que dá acesso a uma parte do condomínio chamada “ilha”, transformando-a em ponte levadiça.
O depoimento de um marinheiro prestado à polícia reforça a convicção dos investigadores de que o iate ?Manhattan? pertence ao ex-governador Sérgio Cabral. Embora a embarcação, apreendida na última quinta-feira, figure oficialmente em nome da MPG Participações, de Paulo Fernando Magalhães Pinto Gonçalves (ex-assessor de Cabral), Francisco José Sidney de Oliveira, identificado como marinheiro que a pilota, contou à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal que a ?Manhattan? era usada de fato por Cabral e família.
O marinheiro Francisco José revelou que, devido ao tamanho (75 pés correspondem a quase 24 metros) e da profundidade, o iate ficava ancorado no Marina Verolme, em Mangaratiba. De lá, deslocava-se até o condomínio Portobello (onde a família de Cabral tem casa), quando o ex-governador o acionava pelo telefone. As ligações eram feitas por Cabral ao marinheiro, sem passar por Paulo Fernando, segundo o depoimento.
A presença frequente da ?Manhattan? no cais do ex-governador foi confirmada à PF por um funcionário do Portobello, Alessandro Neves Lopes. Ele acrescentou que, além de usar o iate, Cabral mantinha no local um jetsky e uma embarcação de pequeno porte.
As investigações também encontraram um helicóptero, prefixo PP-MOE, registrado em nome da MPG Participações. A aeronave foi vendida em setembro passado para uma empresa situada em Dalaware, EUA.
TESTA DE FERRO
A relação de Paulo e Cabral é antiga. Assessor de gabinete de Cabral no governo, Paulo Fernando era um dos mais próximos colaboradores do ex-governador. Em 2011, quando Cabral se separou de Adriana Ancelmo, passou uma temporada no apartamento do assessor na Avenida Vieira Souto, em Ipanema. Também saiu em nome de Paulo Fernando uma Ford Ranger 2007, placa KXG 0628, que Fernando Cavendish deu de presente para Cabral em março de 2007, poucos meses após da posse do governador
Paulo Fernando, durante a campanha de Luiz Fernando Pezão ao governo do estado em 2014, promoveu pelo menos dois jantares de adesão à candidatura. É conhecido por patrocinar festas baladas e circular com artistas de TV.
No despacho do juiz Marcelo Bretas, determinando a prisão dos envolvidos, entre as quais Cabral e Paulo Fernando, o magistrado cita que, desde o afastamento de Cabral do cenário político, Paulo Fernando “vem se dedicando à atuação empresarial em vários e distintos ramos, sendo também sócio de muitas empresas”.
Uma das empresas fica oficialmente no escritório 501 da Avenida Ataulfo de Paiva, 1351, Leblon, imóvel alugado desde junho de 2014 por R$ 42 mil. ?De acordo com as evidências que foram trazidas aos autos, sobretudo a partir de decisão judicial de afastamento de sigilos, aparentemente o referido escritório alugado não seria, de fato, utilizado por quem se apresenta como locatário (Paulo Fernando), mas sim pelo investigado Sérgio Cabral, ou mais especificamente por sua empresa Objetiva Gestão e Comunicação Estratégica”, diz o despacho de Bretas.
O escritório Fragoso Advogados, que defende Paulo Fernando, informou ao GLOBO na última quarta-feira que nenhum marinheiro de nome Francisco José Sidney de Oliveira ?trabalha ou trabalhou nos cuidados da lancha Manhattan, de propriedade de Paulo Marcio Possas Gonçalves, pai de Paulo Fernando Magalhães Pinto, desde que foi adquirida?. A embarcação, segundo nota, ?é de uso de Paulo Marcio e de sua família e fica permanentemente ancorada na marina Verolme, em Angra dos Reis, e não em Mangaratiba. Pode ter sido emprestada a Cabral em raras ocasiões e de forma absolutamente esporádica, como a outros amigos?. Os advogados de Cabral informaram que não é o momento de se manifestar.