Links QuintanilhaRIO ? No fim de janeiro, não faltavam motivos para o quadrinista brasileiro Marcello Quintanilha comemorar. Afinal, no dia 31, “Tungstênio”, sua graphic novel, vencia o prêmio Polar de melhor história policial na 43ª edição do Festival Intenacional de Quadrinhos de Angoulême, na França, principal premiação europeia voltada ao gênero. Agora, o niteroiense radicado em Barcelona desde 2002 terá sua obra adaptada para o cinema.
Segundo o portal “UOL”, o longa, uma parceria da Paranoid com a Globo Filmes, será dirigido pelo cineasta Heitor Dhalia (de “O cheiro do ralo” e “Serra Pelada”) e terá Marçal Aquino e Fernando Bonassi como roteiristas, além da consultoria artística de Guel Arraes. As filmagens devem começar em novembro deste ano em locações na Bahia, mas o filme ainda não tem previsão de lançamento.
Ambientada em Salvador, a história de ?Tungstênio? acompanha as agruras de quatro personagens: um sargento reformado do exército, um jovem traficante, um policial e sua mulher. É uma mudança e tanto das ambientações do início de sua carreira, quando as tramas se passavam nos subúrbios cariocas e eram protagonizadas por jogadores de futebol, motoristas de van e outros personagens da fauna local.
? O selo de participação num certame como esses já é uma grande coisa. Ganhar um prêmio tem uma dimensão muito maior ? disse ele, em entrevista por Skype ao GLOBO à época do anúncio da vitória no festival.
Um mês depois, Quintanilha lançou um novo álbum no Brasil, ?Hinário nacional?, pela editora Veneta. Reunião de seis histórias que se entrelaçam de maneira muito sutil, o livro tem como tema dominante a violência que se manifesta de variadas formas na vida de pessoas comuns.
? A violência é algo que sempre me chocou muito. Faz parte da nossa vida de uma forma totalitária, nas mais íntimas relações. Para mim, é muito chocante que as pessoas sejam capazes de agir assim e, muitas vezes, nem se deem conta disso ? explica ele, em entrevista por Skype, de Barcelona, na Espanha, onde vive há 14 anos.