RIO – Símbolo da maior crise política dos Estados Unidos, que levou à renúncia do ex-presidente Richard Nixon, o The Watergate Hotel reabriu as portas na última terça-feira. Fechado desde 2007, passou por uma ampla reforma no valor de US$ 125 milhões.
Com a obra, o hotel ganhou mais 85 quartos, chegando ao total de 336, sendo 32 suítes. Metade deles têm grandes varandas com vista para o Rio Potomac, que margeia a capital americana. E todos contam com paredes e bancadas de mármore zebrano nos banheiros.
O rooftop bar Top of the Gate é outra novidade do projeto, com vista de 360 graus para o rio e outras atrações da cidade, como o Capitólio. Não-hóspedes podem também frequentar o restaurante Kingbird e o The Next Whisky Bar.
O hotel funciona no complexo de prédios comerciais e residenciais Watergate, famoso por seu estilo arquitetônico peculiar, cheio de curvas. O projeto, do italiano Luigi Moretti, fazia alusão aos barcos do Rio Potomac. O hotel foi inaugurado em 1967 e, cinco anos depois, virou sinônimo do maior escândalo político do país até então.
Em 1972 foram descobertas escutas ilegais no comitê de campanha do Partido Democrata, que funcionava no complexo. Durante as investigações, foi comprovado que elas foram plantadas pelo Partido Republicano e que o presidente Richard Nixon, reeleito naquele ano, sabia da operação. Um processo de impeachment foi aberto contra Nixon, que renunciou.
O escândalo causou danos à imagem do hotel, que sofreu um longo período de depreciação, até ser fechado durante a crise de 2007. Mas os novos donos fazem questão de não esquecer a história. Pelo contrário: o cartão que serve de chave dos quartos traz a frase “No need to break in”, ou seja, “Não precisa invadir”.