Cotidiano

Horas antes de criar ministérios, governo celebrou redução de pastas no Congresso

64657349_PA São Paulo SP 31-01-2016 O presidente da Republica Michel Temer participa do 2017.jpgBRASÍLIA – Horas antes de criar dois ministérios, o governo exaltou a redução ministerial em comparação com a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, em mensagem enviada ao Congresso nesta quinta-feira. O texto ainda infla o número de pastas de Dilma Rousseff, já que considera o auge de ministérios da petista, em vez de levar em conta que em 2015 ela cortou ministérios. Temer

“O número de pastas foi reduzido de 39 para 26, criando assim condições para a diminuição das despesas, sem comprometer a eficiência na prestação dos serviços públicos”, diz o governo na mensagem, que tem 284 páginas. Poucas horas depois, o presidente Michel Temer anunciou, por meio do porta-voz, que havia aumentado dois ministérios, passando de 26 a 28.

Dilma chegou a ter 39 ministérios, o número mais alto desde a redemocratização, em 1985. Entretanto, em outubro de 2015, o montante passou para 32, quando Dilma Rousseff anunciou uma reforma ministerial e administrativa, visando a cortar cargos no governo, além de tentar diminuir salários do alto escalão do governo federal.

O texto do governo Temer lido nesta quinta-feira na abertura do ano legislativo, na parte de “modernização do Estado”, considera que o ministério passou de 39 para 26. Na verdade, o número herdado de Dilma por Temer era de 32.

Quando tomou posse, Temer havia encolhido as pastas de 32 para 25. Depois de protestos da classe artística, o presidente recuou, recriando o Ministério da Cultura, que ele próprio anexara ao Ministério da Educação. Com o Ministério dos Direitos Humanos e a Secretaria Geral ? com status de ministério ?, ficam 28 pastas.

Além de contrariar o discurso de enxugamento da máquina pública do governo, a Secretaria Geral dá foro privilegiado a Moreira Franco, que até então era secretário-executivo do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI). Isso faz com que ele só possa ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).