LUANDA – Há 37 anos no poder, o presidente angolano, José Eduardo dos Santos, oficializou que enfim não concorerrá a mais uma reeleição. Ao abrir mão do pleito legislativo de 2017, num comunicado pela Rádio Nacional de Angola, o chefe de Estado de 74 anos deve ceder o lugar à frente do Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA) ao ministro da Defesa, João Lourenço.
Santos afirmou disse que o partido deve unir-se em torno de um candidato.
? O nosso objetivo é ganhar as eleições com maioria qualificada ou no mínimo maioria absoluta. O segredo estará na disciplina, na união e coesão de todos em torno dos nossos candidatos, quer no processo da campanha eleitoral quer no momento da votação ? declarou Santos durante um breve discurso.
O presidente angolano já tinha manifestado em outras ocasiões a intenção de sair, mas nunca chegou ao ponto de nomear um sucessor. Em março, Santos já havia anunciado a intenção de sair da liderança do MPLA.
? Em 2012, em eleições gerais, fui eleito Presidente da República (o líder da formação vencedora é empossado presidente) e empossado para cumprir um mandato que nos termos da Constituição da República termina em 2017. Assim, tomei a decisão de deixar a vida política ativa em 2018.
O cientista político Alberto Cafussa disse à RDP África que João Lourenço (vice do MPLA) é “uma figura consensual” no antigo movimento revolucionário que virou maior partido do país.
? O partido se encontra numa fase de transição geracional e precisa encontrar alguém que mantenha a coesão.
Em 1979, Santos sucedeu Agostinho Neto, morto anos após a eclosão da guerra civil. Em seu tempo no poder, ficou marcado por um governo acusações de violações aos direitos humanos. É o segundo chefe de Estado mais longevo no poder na África, atrás de Teodoro Obiang Nguema na Guiné Equatorial, que ocupou o cargo um mês antes de seu colega angolano.
Angola, membro da Opep e segundo maior exportador de petróleo da África atrás da Nigéria, recebe mais de 90% de sua receita externa da exportação de petróleo.