Cotidiano

GSK e Google formam empresa de medicamentos bioelétricos

LONDRES – A GlaxoSmithKline e a unidade de ciências da vida da matriz do Google, a Alphabet, vão criar uma nova empresa, focada no combate a doenças com os sinais elétricos do corpo, dando um impulso a um novo campo da medicina chamado bioeletrônica.

A Verily Life Sciences — conhecida com a unidade de ciências da vida da Google até o ano passado — e a maior farmacêutica britânica contribuirão juntas com 540 milhões de libras esterlinas (US$ 715 milhões) em sete anos para a Galvani Bioelectronics, anunciaram nesta segunda-feira.

A nova empresa, com 55% nas mãos da GSK e 45% nas da Verily, terá sua sede no centro de pesquisa de Stevenage, ao norte de Londres. Também haverá um segundo centro de pesquisa no Sul de São Francisco.

Trata-se do segundo grande investimento da GSK no Reino Unido desde que o país votou peal saída da União Europeia (UE), no fim de junho. Na semana passada, a farmacêutica anunciou planos para gastar 275 milhões de libras esterlinas na elaboração de medicamentos.

A Galvani desenvolverá dispositivos miniaturizados e implantáveis que podem modificar os sinais elétricos do sistema nervoso. O objetivo é modular impulsos irregulares ou alterados que ocorrem em muitas doenças.

A GSK acredita que doenças crônicas como diabetes, artrite e asma poderiam ser tratadas usando esses pequenos dispositivos, que consistem em um colar eletrônico junto aos nervos.

Kris Famm, chefe de pesquisa bioeletrônica da GSK e presidente da Galvani, disse que os primeiros medicamentos bioeletrônicos usando esss implantes para estimular os nervos podem ser apresentados para aprovação das autoridades reguladoras por volta de 2023.

— Tivemos resultados realmente promissores em testes com animais, onde mostramos que podemos abordar algumas doenças crônicas com este mecanismo e agora estamos levando esse trabalho à fase clínica — disse Famm a Reuters.