LONDRES – O excesso de oferta global de petróleo continua e tem exercido uma grande pressão baixista sobre os preços, mesmo com um robusto crescimento da demanda e importantes reduções na produção de países não-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), disse a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) nesta quarta-feira.
A IEA, que coordena políticas de energia de países desenvolvidos, disse que revisou para cima suas projeções de demanda global por petróleo em 2016 e 2017 em 0,1 milhão de barris por dia ante o último mês, para 1,4 milhão e 1,3 milhão bpd, respectivamente.
O órgão disse que a demanda tem crescido principalmente devido ao consumo de Índia, China e, surpreendentemente, da Europa.
Os preços do petróleo caíram para o menor nível em uma década no início deste ano, a US$ 27 o barril, ante US$ 115 dólares em 2014, após a Opep elevar a produção para brigar por participação no mercado contra produtores de alto custo como os Estados Unidos.
A queda das cotações forçou muitos produtores fora da Opep a reduzir a oferta e os preços recuperaram-se para perto de US$ 50 nos últimos meses, também sustentados por interrupções na produção em países como Nigéria e Canadá.
Mas isso não foi o suficiente para reduzir o excesso de oferta acumulado ao longo dos últimos dois anos. Estoques comerciais em nações desenvolvidas aumentaram em 13,5 milhões de barris em maio, para o nível recorde de 3,074 bilhões, disse a IEA.
Os estoques seguiram em alta em junho, pressionando a capacidade de armazenagem no mar, um dos mais caros meios de estocagem, para os maiores níveis desde 2009, segundo a IEA: Embora o equilíbrio do mercado esteja perto de nós, a existência de níveis muito elevados de estoques é uma ameaça à recente estabilidade dos preços do petróleo.