BRASÍLIA – O governo central (formado por Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social) registrou em agosto um novo déficit primário, de R$ 20,34 bilhões. O rombo é bem maior que o apresentado no mesmo período do ano passado, de R$ 5,06 bilhões, e representa o pior número já observado para o mês desde o início da série histórica, em 1997.
No acumulado do ano, as contas do governo tiveram um déficit de R$ 71,41 bilhões, também o pior da série histórica. No mesmo período de 2015, o déficit havia sido de R$ 13,96 bilhões. Segundo relatório divulgado pelo Tesouro Nacional, em 12 meses, o déficit primário do governo central chega a R$ 120,3 bilhões.
O resultado em 12 meses se aproxima do previsto pela equipe econômica para o ano. A meta fiscal fixada para o governo central em 2016 é de um déficit de R$ 170,5 bilhões. Para estados e municípios, a estimativa oficial é de um superávit de R$ 6,6 bilhões, mas o governo sabe que, por conta da renegociação das dívidas e de várias liminares concedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), esses valores serão menores. No último relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas, o Ministério do Planejamento reduziu essa expectativa para um resultado ainda positivo, mas de R$ 800 milhões.