NOVA YORK ? Se o estouro da bolha imobiliária desacreditou as instituições financeiras, para os jovens, ele significou uma mudança nas aspirações pós-faculdade: em vez do setor bancário ou financeiro, focaram na indústria da tecnologia, de acordo com pesquisa do site de empregos Glassdoor. A exceção é o gigante dos investimentos, o banco Goldman Sachs ? pelo menos é o que revelam estatísticas de recrutamento para trabalhar na empresa. O jornal ?Financial Times? cita um aumento de 40% no interesse de estudantes e recém-formados em relação a 2012, o que significa o engajamento de mais de 250 mil jovens para vagas temporárias, no verão dos Estados Unidos.
Mais de 223 mil inscrições para o programa de verão do Goldman Sachs partiram que jovens ainda não graduados. Entre os que fazem MBA, cerca de 30,5 mil também galgaram um espaço na companhia. No filtro, embora não revele quantas vagas estiveram em jogo, o banco contratou 9,7 mil novos funcionários. Nos concorrentes, a competição é igualmente dura: o JPMorgan apenas incorporou ao quadro da empresa 2% dos currículos recebidos, enquanto as chances de entrada no Citigroup são de 2,7%, de acordo com o jornal ?Independent?.
? A ideia de que de repente as pessoas não queriam mais trabalham em bancos ou que ficariam pouco se entrassem foi exagerada durante muito tempo ? disse ao ?Financial Times? Sam Dean, um dos chefes do banco Emea, também responsável pelo recrutamento.
O site Glassdoor não dá o mesmo crédito às corporações bancárias: atestou que a indústria da tecnologia tomou o posto de setor que oferece melhores pagamentos no Reino Unido. Uma pesquisa da Emolument, que monitora os salários no mercado, ressaltou a ascensão da Amazon sobre os adversários Google, Apple e Microsoft para ser a empresa que melhor remunera jovens talentos em solo britânico.
A remuneração mais atrativa em relação aos bancos, inclusive, se soma ao ambiente mais leve e ?às marcas glamurosas? das empresas de tecnologia na visão dos estudantes, de acordo com Alice Leguay, co-fundadora do Emolument.
? Trabalhar em um banco de investimento de ponta não mais desperta um sonho de graduação, especialmente desde que a remuneração da indústria financeira levou um tombo nos últimos anos junto à reputação dos banqueiros ? afirmou Leguay ao jornal britânico. ? Os bancos tentam afinar sua cultura corporativa e oferecer mais flexibilidade e equilíbrio no estilo de vida, mas não pode competir com os gigantes da tecnologia, que fazem os funcionários sentirem que estão deixando sua marca em seu tempo.