SÃO PAULO – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes evitou comentar a Operação Métis e disse apenas que deve “haver fundamentos” que justificam a ação da Polícia Federal, deflagrada na manhã desta sexta-feira para desarticular associação criminosa armada, responsável por embaraçar a Operação Lava Jato, entre outras investigações.
– Não conheço detalhes. Certamente deve haver fundamentos para essa medida, que é uma medida drástica, uma medida regitiva importante – falou Mendes, que participou do seminário “Soluções para a Expansão da Infraestrutura no Brasil “, em São Paulo.
Na operação desta sexta-feira, a Polícia Federal cumpriu quatro mandados de prisão temporária contra policiais legislativos do Senado (Pedro Ricardo, diretor da Polícia Legislativa; Geraldo César de Deus Oliveira, Everton Taborda e Antonio Tavares, policiais legislativos) e um de busca e apreensão nas dependências da Polícia Legislativa da Casa. A suspeita é de que a estrutura tenha sido usada para fazer contraespionagem contra investigações da Operação Lava-Jato, beneficiando senadores.
Sobre a prisão do ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por decisão do juiz federal Sérgio Moro, Mendes foi questionado se o STF demorou para tomar alguma decisão. Enquanto tinha o mandato de deputado federal, o peemedebista tinha foro privilegiado e tinha direito de ser processado e julgado pelo STF.
– Não sei se naquele momento havia fundamentos para a prisão preventiva. Nem sei se no Supremo houve pedido de prisão do deputado. De qualquer forma, os pressupostos da prisão de Eduardo Cunha certamente ainda vão ser apreciados pelos tribunais superiores – falou Mendes.
Durante o seminário, Mendes afirmou que o país vive o mais longo período de ?normalidade institucional? desde a promulgação da Constituição de 1988.
– A despeito de todas as mazelas que são atribuídas à Constituição de 1988, temos que observar que estamos vivendo o mais longo período de normalidade institucional da vida republicana começada em 1989 – declarou o ministro no STF durante seminário, promovido pela Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham) e pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib).