Cotidiano

Furto de fios condena vacinas e deixa alunos “no escuro” em Cascavel

Furto de fios condena vacinas e deixa alunos “no escuro” em Cascavel

No retorno aos trabalhos depois de um feriadão prolongado, o Município de Cascavel se deparou com uma série de problemas causados por furto de fios de cobre e vandalismo. Como resultado, unidade de saúde fechada por falta de energia, vacinas perdidas por falta de refrigeração, alunos estudando no escuro e praça da cidade sem iluminação. Há tempo o Jornal O Paraná acompanha e denuncia problema do furto de fios de cobre que está cada vez mais recorrente na cidade e que, além de dos prejuízos ao patrimônio público, acaba gerando problemas diretos para toda a sociedade. Além dos locais públicos, empresas e residências também são alvo dos marginais que buscam o cobre para vender no ‘mercado negro’.

De acordo com o secretário municipal de Segurança Pública de Cascavel, Pedro Fernandes de Oliveira, o problema é recorrente na cidade e em grandes centros. Toda a semana a Prefeitura tem este tipo de situação nos órgãos públicos para administrar. “Fizemos uma opção, ainda no primeiro semestre, de remanejar os guardas para as escolas e Cmeis e os outros locais acabaram ficando descobertos, situação que vai continuar assim até o fim do ano letivo”, explicou. O secretário disse ainda que todos os casos são repassados para a Polícia Civil, que realiza operações rotineiras nos locais em que compram este tipo de material.

Pedro Fernandes disse que, atualmente, todo o efetivo foi designado para a Educação e não há como repor o efetivo nos outros espaços. Existe um concurso público em andamento, mas neste ano não será necessário chamar os aprovados por conta do alerta do TCE-PR sobre gastos com pessoa. “Enquanto isso, continuamos trabalhando, fazendo rondas e atendendo as chamadas de alarmes. E, mesmo com os casos, tem muitos outros ainda que conseguimos evitar com a nossa equipe”, frisou.

Além do problema de furtos da fiação, o secretário acrescentou ainda que existe uma grande incidência de vandalismo, muitas vezes praticados pelos próprios moradores do bairro. “Nesses casos percebemos que não são pessoas de uma região que vão para a outra, mas pessoas do mesmo bairro, por isso, alertamos que moradores devem denunciar. As pessoas precisam ter consciência de que se ele não usa o serviço público, o vizinho, ou um parente utiliza e sem, fará falta”, alertou.

Unidade fechada

Um dos locais que foi alvo dos marginais foi a USF do Bairro Santos Dumont. Os fios de cobre foram furtados e local vandalizado. Os bandidos chegaram a fazer lanche dentro da unidade de Saúde e danificaram portas e itens da farmácia. Devido à falta de energia elétrica, as vacinas que estavam refrigeradas tiveram que ser descartadas e o prejuízo soma mais de R$ 20 mil.

A Secretaria Municipal de Saúde disse que está trabalhando para restabelecer os atendimentos na unidade, mas que enquanto isso, as equipes foram realocadas para atendimento na Unidade de Saúde do Santo Inácio. Ainda não há previsão de quando a unidade será reaberta; sobre as vacinas, será realizada a notificação dos imunizantes perdidos.

Parque e escola

Outro local que está sem iluminação devido ao furto de fios é o Parque Tarquínio, no Bairro Parque São Paulo. Não é a primeira vez que isso acontece e, desta vez, os marginais levaram a fiação das lâmpadas, deixando parte do parque, incluindo a entrada, o parquinho e a pista de caminhada, sem energia. A previsão é que a iluminação seja reposta até o fim de semana.

Os alunos da Escola Municipal Ita Sampaio, no Bairro Parque Verde, estão estudando “no escuro”. Um homem invadiu o local quatro vezes durante três dias para pequenos furtos e mais uma vez no último fim de semana. No local, cerca de 420 alunos frequentam as aulas e parte do local está no escuro, sem os equipamentos que dependem da energia elétrica.

A Secretaria Municipal de Educação disse que o reparo da rede elétrica está sendo feito com objetivo de resolver o problema o mais rápido possível.

Operação RG

Para o secretário Pedro Fernadnes, esta situação do aumento da criminalidade aumentou, coincidentemente, com o acréscimo de pessoas em situação de rua. Por isso, foi realizada a Operação RG, que visa identificar criminosos que estão se infiltrando entre pessoas em situação de rua para praticar furtos, roubos, vandalismo, tráfico de drogas e ameaças às pessoas na região central de Cascavel. “70% delas têm antecedentes criminais e que estão na rua, sendo presas de forma rotineira. São aqueles detidos por crimes menores que no outro dia acabam sendo soltos”, constatou o secretário.

Foto: Catve