NOVA YORK – A perspectiva de aprovação de reformas econômicas e a volta no equilíbrio das contas já estão tornando o Brasil mais atraente aos olhos de investidores, avalia o vice-presidente do Bradesco, Sergio Clemente. Em evento em Nova York nesta quarta-feira, o executivo disse que o fluxo de capitais está voltando para o país, e previu um ?ciclo virtuoso? nos próximos anos.
? O Brasil se descolou dos emergentes, tem uma melhora, e essa mudança reforça a necessidade para que a gente faça o mais rápido possível nosso ajuste fiscal. Quanto mais preparado o país estiver, mais atrativo no médio e curto prazo ? disse Clemente. ? O investidor global deve voltar depois que passar as medidas. O Brasil vai entrar num ciclo virtuoso de novo em dois ou três anos.
Clemente minimizou os impactos da eleição de Donald Trump para a economia Brasileira devido à baixa participação dos Estados Unidos nas exportações brasileiras, e previu que o Real deve voltar a estabilizar após a posse do novo presidente americano. Para ele, até dois meses depois da posse de Trump o Real ainda deve sofrer com volatilidade, mas isso não impedirá que os investimentos voltem ao país.
Executivos do banco disseram que o Bradesco tem entre R$ 15 bilhões a R$20 bilhões em potencial de oferta de ações no mercado nacional, entre ofertas iniciais e secundárias, a serem realizadas entre o fim de 2016 e o início do ano que vem. O valor é equivalente ao total das ofertas realizadas ao longo do ano passado.
? A participação do Brasil já foi de 15% no fundo de mercados emergentes, chegou a 5% e agora está entre 8% e 9%, mas ainda tem espaço para recuperar ? disse o diretor executivo do banco Renato Ejnisman no mesmo evento, que contou com a participação de 80 empresas e cerca de 400 investidores.
De acordo com executivos do banco, a expectativa para o momento é o que o país atraia investimentos em setores e empresas pontuais como foco em infraestrutura. Segundo Ejnisman, o banco tem um grupo de fundos de participações globais e alguns grupos locais olhando para oportunidades de fusões e aquisições.
? Se o macro evoluir as operações de aquisições vão continuar em ritmo acelerado ? disse Ejnisman.