RIO – O estado de Minas Gerais registrou, até agora, 133 casos e 38 mortes que podem estar relacionados a um surto de febre amarela em áreas rurais ? por isso, vem sendo chamada de febre amarela ?silvestre?. As notificações foram registradas em 24 municípios. A região já fazia parte da Área com Recomendação da Vacina para a doença e, segundo o Ministério da Saúde, está com o estoque abastecido, assim como todo o país. Mesmo assim, a pasta enviou mais 735 mil vacinas ao estado, cujo estoque ultrapassa agora um milhão de doses.
Confira abaixo perguntas e respostas sobre a doença e as medidas de proteção contra ela:
O que é a febre amarela?
A doença é transmitida por um vírus através de um ciclo que envolve macacos, mosquitos e humanos. Em áreas de mata, os primatas costumam ser os hospedeiros do vírus, que contamina então os mosquitos Haemagogus ou Sabethes ? por isso, regiões rurais são mais vulneráveis. Porém, caso alguma pessoa infectada se desloque para a cidade, poderá transmitir o vírus após a picada do mosquito Aedes aegypti, bem adaptado ao ambiente urbano e também vetor da dengue, zika e chicungunha. Não há, porém, contágio de pessoa para pessoa. Até agora, porém, não houve registros de transmissão pelo Aedes nos casos registrados em Minas.
Devo me vacinar?
Em geral, a vacina disponibilizada no Sistema Únicos de Saúde (SUS) é aplicada em duas doses e recomendadas somente para algumas áreas do país ? as chamadas Área com Recomendação da Vacina (ARCV), que excluem, por exemplo, regiões litorâneas como os estados do Rio de Janeiro, Espírto Santo e outros seis no Nordeste. A recomendação vale também para viajantes que visitarão estes lugares ou países indicados pelo Regulamento Sanitário Internacional (RSI).
No entanto, a vacina está disponível em todos os estados do país, não havendo impedimento para que moradores de áreas fora das ARCV se imunizem.
As posologia varia de acordo com o perfil do paciente, segundo indicações do ministério:
> Crianças de 6 meses a 9 meses de idade incompletos: A vacina só está indicada em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem inadiável para área de risco de contrair a doença.
> Crianças de 9 meses até antes de completar 5 anos (4 anos 11 meses e 29 dias de idade): Nessa idade, a vacina está disponível para todas as crianças brasileiras. A primeira dose deve ser administrada aos 9 meses e o reforço, aos 4 anos de idade. Se a criança não foi vacinada aos 9 meses exatos, deve tomar a vacina e o reforço, com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.
> Pessoas que receberam uma dose única da vacina antes de completar 5 anos de idade: Devem tomar o reforço, ainda que sejam adultos, com intervalo mínimo de 30 dias.
> Pessoas a partir de 5 anos de idade, que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de vacinação: Devem tomar a primeira dose da vacina e, 10 anos depois, o reforço.
> Pessoas a partir dos 5 anos de idade que receberam 2 doses da vacina: Não precisam tomar nenhuma dose. Já estão vacinados.
> Pessoas com 60 anos e mais, que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de vacinação: O médico será responsável avaliar o benefício e o risco da vacinação, levando em conta o risco da doença e o risco de eventos adversos nessa faixa etária.
> Gestantes, independentemente do estado vacinal: A vacinação não é indicada. Na impossibilidade de adiar a vacinação, como em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem para área de risco de contrair a doença, o médico deverá avaliar o benefício e o risco da vacinação.
> Mulheres que estejam amamentando crianças com até 6 meses de idade, independentemente do estado vacinal: A vacinação não está indicada, devendo ser adiada até a criança completar 6 meses de idade. Na impossibilidade de adiar a vacinação, como em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem para área de risco de contrair a doença, o médico deverá avaliar o benefício e o risco da vacinação. Em caso de mulheres que estejam amamentando e receberam a vacina inadvertidamente, o aleitamento materno
> Viagens internacionais: Seguir as recomendações do Regulamento Sanitário Internacional (RSI).
> Viagens para áreas com recomendação de vacina no Brasil: Vacinar, pelo menos 10 dias antes da viagem, no caso de primeira vacinação. O prazo de 10 dias não se aplica no caso de revacinação.
A doença é fatal? Quais são os sintomas?
Se não for tratada rapidamente, a febre amarela pode levar à morte em uma semana.
Os sintomas iniciais são febre, calafrios, dor de cabeça, dores nas costas e no corpo, fadiga, náuseas e vômito. O quadro grave pode evoluir para febre alta, icterícia (pele e branco dos olhos amarelados), hemorragia e até mesmo choque e insuficiência dos órgãos. Mas os sintomas podem demorar a se manifestar em até 15 dias após a infecção.