Capitão – Hoje (31) é o prazo limite dado pelo Consórcio Sanches Tripoloni – Maia Melo para não parar a obra de duplicação na BR-163 entre Cascavel e o Distrito de Marmelândia, em Capitão Leônidas Marques.
Segundo o apurado pela reportagem, se mais recursos não forem repassados até esta sexta-feira, as obras concentradas neste momento no trevo de Capitão e na ponte sobre o Rio Iguaçu serão paralisadas imediatamente.
Os funcionários que permanecem no canteiro – menos de 40 de mais de 300 – já estão em aviso prévio e apenas dois deles ainda não teriam sido completamente desligados: um engenheiro e um gerente.
Ocorre que não há, segundo a própria Superintendência do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) no Paraná, previsão alguma para liberação de mais recursos para o trecho neste ano e não há grandes expectativas de verbas para o percurso nem mesmo para o orçamento da União de 2019.
Em nota, o Dnit descarta que as obras sejam completamente paralisadas, mas reconhece a limitação de dinheiro: “As obras de Cascavel a Marmelândia continuam em andamento. As obras da nova ponte sobre o Rio Iguaçu foram aceleradas, tendo sido levantados os pilares e construídos os dolfins [proteção dos pilares] em função da previsão de subida das águas decorrente da entrada em funcionamento da barragem do Baixo Iguaçu”, informou o Departamento, em nota.
A reportagem esteve ontem na ponte e a estrutura está com menos da metade concluída, situação também estimulada pela falta de verbas. A previsão é da abertura da barragem da usina em dois meses.
A única verba destinada ao trecho neste ano foi um repasse de R$ 70 milhões, dos quais boa parte foi para reembolsar o consórcio que havia colocado recursos do próprio bolso em 2017 para não interromper os trabalhos. Essas condições desta vez estariam completamente descartadas.
A obra
Todo o trecho de duplicação foi orçado em R$ 579 milhões, dos quais ainda faltam quase R$ 300 milhões, indicando que metade dos serviços previstos em todo o trecho, de 74 quilômetros, foi finalizada.
Questionado sobre as demissões no trecho em duplicação, a Superintendência do Dnit disse que “a questão de contratação e/ou dispensa de funcionários pelo consórcio contratado para as obras não é de responsabilidade do Dnit, cabendo exclusivamente à contratada conforme sua programação de trabalho”.
“Sobre questões orçamentárias, apesar da severa restrição imposta pelo governo federal, que destinou recursos muito aquém do necessário, o Dnit permanece em contato com o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil objetivando obter a alocação de novas verbas”, afirmou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.
A obra começou em 2015 e a previsão de término era outubro deste ano. Agora, a nova data prevista é para 2019, sem precisão de mês.
No início deste mês o coordenador de Engenharia do Dnit no Paraná, Max Alberto Cancian, disse não acreditar na possibilidade de paralisação completa da obra e que o superintendente do Dnit no Estado, José da Silva Tiago, estava em Brasília na tentativa de liberação de mais recursos para o trecho. Não há qualquer informação sobre isso.