SÃO PAULO. O ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira se entregou à Justiça Federal de São Paulo nesta sexta-feira, um dia após a operação Custo Brasil, quando teve mandado de prisão preventiva expedido pela 6ª Vara. Ferreira foi ouvido pelo juiz Paulo Bueno de Azevedo e encaminhado à Polícia Federal., onde permanecerá preso. Ele se entregou diretamente à Justiça, após negociação feita por seus advogados. José Roberto Batocchio, um dos defensores do ex-tesoureiro do PT, afirmou que vai entrar com habeas corpus para libertar seu cliente.
Ferreira, que é marido da ex-ministra do Desenvolvimento Social no governo Dilma, Tereza Campelo, é acusado de participar de um esquema de corrupção negociado com a empresa Consist, que assumiu a gestão do crédito consignado de servidores federais. A cada R$ 1 cobrado, R$ 0,70 era direcionado a pagamento de propina. A empresa ficava com R$ 0,30. A taxa era cobrada em cada prestação do empréstimo tomado pelo servidor.
Depois do depoimento de Ferreira será ouvido Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisi Hoffmann e que foi ministro do PT por 10 anos. Ele foi ministro do Planejamento e das Comunicações. Nesta sexta, o procurador Rodrigo de Grandis afirmou que a operação, que incluiu um apartamento do casal. O juiz determinou que a Polícia Federal apreendesse apenas documentos pessoais dele.
– A prerrogativa de foro da mulher de Paulo Bernardo não é extensiva a ele – disse de Grandis.
As audiências desta sexta-feira são audiência de custódia, na qual os presos apenas relatam se houve alguma irregularidade no momento da prisão.
O advogado Guilherme Gonçalves, que teria ficado com 20% do valor destinado a Paulo Bernardo, será ouvido em audiência de custódia na segunda-feira. Ele estava em Portugal e teve problemas no voo de retorno ao Brasil. Gonçalves também teve prisão preventiva decretada.