Cotidiano

Ex-prefeito de Campinas é denunciado na Lava-Jato

SÃO PAULO. O Ministério Público Federal denunciou o ex-prefeito de Campinas Helio de Oliveira Santos, o Dr Hélio, por lavagem de dinheiro do empréstimo fraudulento concedido pelo Banco Schahin ao pecuarista José Carlos Bumlai. Parte do empréstimo teria sido usada para pagar dívidas de campanha. Além dele foram denunciados o ex-tesoureiro do PT Delubio Soares; o ex-presidente do Banco Schahin Sandro Tordin; os publicitários Giovane Favieri e Armando Peralta e o empresário Natalino Bertin.

Dos R$ 12 milhões emprestados a Bumlai, R$ 4,2 milhões teriam sido usados na campanha para prefeito de Campinas. Hélio era candidato pelo PDT e recebeu o apoio do PT no segundo turno das eleições de 2014 . Dr Hélio ganhou com 52,62% dos votos válidos.

O empréstimo feito em nome de Bumlai foi quitado fraudulentamente depois que o Grupo Schahin obteve um contrato de U$ 1,6 bilhão com a Petrobras.

Segundo os procuradores da força-tarefa, Bumlai, o presidente do banco Sandro Tordin, e os publicitários Giovane Favieri e Armando Peralta participaram da negociação para o empréstimo, com apoio de Delúbio Soares.

Bumlai repassou o dinheiro para contas de empresas de Natalino Bertin, dono do frigorífico Bertin, que repassou a terceiros. Entre os destinatários estava a Núcleo de Desenvolvimento de Comunicação (NDEC), pertencente a Peralta e Favieri, que recebeu R$ 3,4 milhões por serviços prestados na campanha de Dr. Hélio. Outros R$ 500 mil foram pagos à Omny Par Empreendimentos, que era credora dos publicitários Giovane Favieri e Armando Peralta.

Foram identificados ainda o pagamento de R$ 95 mil para a King Graf, que prestou serviços ao PT, e R$ 150 mil para pagamento de honorários do advogado de Laerte Arruda Correa Júnior, empresário relacionado a Delubio Soares detido na operação Vampiro.

Uma parcela de R$ 1,8 milhão do empréstimo dado a Bumlai segue sem destino conhecido.

Bumlai já foi condenado a nove anos e 10 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e gestão fraudulenta de instituição financeira por ter retirado em nome dele para quitar dívidas do PT. O pecuarista está preso no Complexo Médico Penal na Grande Curitiba, depois de cumprir período de prisão domiciliar para tratamento médico. Moro determinou que ele permaneça preso cautelarmente, uma vez que ele segue sendo investigado por outros crimes.