RIO – O Sindicato dos Delegados da Polícia Civil do Rio de Janeiro (Sindepol-RJ) divulgou na tarde deste domingo uma nota de repúdio às declarações da advogada Eloisa Samy, que representa a adolescente de 16 anos vítima de estupro coletivo na semana passada, na Praça Seca, Zona Oeste do Rio. Neste sábado, a advogada afirmou que o delegado Alessandro Thiers, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Internet (DRCI), tentou ?criminalizar e culpabilizar a vítima? durante depoimento realizado nesta sexta-feira. Na ocasião, o delegado teria questionado se a jovem já havia praticado sexo em grupo.
Na nota, o sindicato classifica as declarações de Eloisa Samy como ?impertinentes e oportunistas? e repudiou ?qualquer tipo de ingerência nas investigações do caso?. O texto, assinado por Rafael Barcia, presidente do Sindepol-RJ, diz que ?nos casos de maior repercussão e apelo popular, se mostra mais relevante a figura de uma autoridade imparcial, técnica e com autonomia para presidir a investigação em todas as linhas que entenda como pertinentes?.
Neste domingo, a advogada chegou a divulgar em suas redes sociais que a Justiça havia determinado o desmembramento das investigações, fazendo com que o inquérito que apura o estupro coletivo passasse para a responsabilidade da Delegacia da Criação e do Adolescente Vítima (DCAV). Entretanto, horas depois a informação foi desmentida pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ).
CONFIRA A ÍNTEGRA DA NOTA DO SINDEPOL-RJ
“O Sindicato de Delegados de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (SINDELPOL-RJ), com o apoio do Sindicato de Delegados Federais do Rio de Janeiro (SINDPF-RJ), repudia de forma veemente as declarações impertinentes e oportunistas da advogada Eloísa Samy, assim como qualquer tipo de ingerência nas investigações do caso.
Ao longo dos anos, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro tem se notabilizado pela defesa intransigente dos direitos humanos e guarda dos direitos fundamentais, em especial os das crianças, dos adolescentes e das mulheres, cujas delegacias especializadas para atendimento se constituem em uma verdadeira ?trincheira cidadã? na luta contra qualquer tipo de violência.
A indigitada causídica parece ignorar que, nos casos de maior repercussão e apelo popular, se mostra mais relevante a figura de uma autoridade imparcial, técnica e com autonomia para presidir a investigação em todas as linhas que entenda como pertinentes, uma vez que o inquérito policial tem compromisso único e exclusivamente com a verdade e com a justiça. Nesse passo, as biografias dos delegados responsáveis pela investigação, nos dão a certeza da imparcialidade e eficiência na apuração dos fatos”.