CARACAS ? Em vários estados da Venezuela, jovens universitários saíram às ruas nesta segunda-feira para exigir a realização ainda neste ano de um referendo revogatório, que poderia encurtar o mandato do presidente Nicolás Maduro. Esta é a segunda vez que os estudantes protestam contra a suspensão temporária do processo para a votação, sem data marcada apesar da pressão da oposição. Os protestos vêm em um momento de alta tensão política na Venezuela, após a a Assembleia Nacional ter declarado no domingo que o país se encontra em ruptura da ordem constitucional.
Na Universidade Central da Venezuela, em Caracas, a manifestação foi reprimida pela polícia, segundo o ?El Nacional?. O canal ?NTN24? relatou que dois jovens ficaram feridos por balas de borracha lançadas por agentes de segurança. O objetivo dos estudantes era marchara até a Praça Venezuela.
Houve registro de violência também nos estados de Lara, Carabobo, Zulia e Nueva Esparta. Os protestos vêm em um momento de alta tensão política na Venezuela. O Parlamento declarou no domingo que o país se encontra em ruptura da ordem constitucional, denunciou um golpe de Estado cometido pelo governo de Maduro e pediu que os cidadãos se manifestem nas ruas até que ?a democracia seja restaurada?.
Para ativar o que chamou de resgate constitucional, a Assembleia Nacional anunciou uma série de medidas que incluem um pedido formal à Organização dos Estados Americanos (OEA) para que aplique a Carta Democrática Interamericana, a nomeação de um novo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e um Tribunal Supremo Justiça (TSJ) ?a serviço dos venezuelanos?.
Nesta segunda-feira, o presidente da Assembleia Nacional, Henry Ramos Allup, afirmou nesta segunda-feira que o governo exerce terrorismo de Estado. E voltou a dizer que o país vive uma ditadura não convencional com o presidente Nicolás Maduro no poder. O líder opositor ainda reforçou que o decreto aprovado pelo Parlamento no domingo é um pedido para que a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) não permita que o mandatário continue a conduzir um golpe de Estado.
? As funções da FANB estão claras na Constituição. Que os altos comandos vejam se realmente se respeita a Carta Magna. Se se respeita a separação de poderes, quando é permitido ao presidenet violar a Constituição por decretos ? afirmou Allup em entrevista à ?Globovisión?.
Líderes opositores da Venezuela vão aos Estados Unidos pedir formalmente à OEA que aplique a Carta Democrática Interamericana contra o governo de Nicolás Maduro. Segundo Luis Florido, encarregado de política externa da Assembleia Nacional, irão a Washington dirigentes da coalzão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) ? coalizão de partidos opositores.