PARATY — Alunos das redes municipais e estaduais de ensino de Paraty aproveitaram a visibilidade gerada pela Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) para chamar a atenção dos turistas e da população para a greve dos professores da rede pública do estado do Rio de Janeiro, que já leva mais de quatro meses. A classe, que luta por reajuste salarial e condições mais dignas de trabalho, apoiou a manifestação “Ato em defesa da escola pública”, que reuniu cerca de 50 pessoas, entre docentes e estudantes, na tarde de sábado, no centro histórico de Paraty.
Os jovens, que receberam aplausos pelo caminho, circularam pelos locais mais movimentados da festa e seguiram para a frente da Tenda dos Autores, onde alertaram: “turista, anota aí, a verdadeira Paraty está aqui.? . Equipados com cartazes e instrumentos de percussão, os manifestantes uniram vozes para cantar gritos de ordem como ?é ou não é piada de salão? / na cidade da Flip não tem educação? e ?acorda sociedade, educação é prioridade?.
— O governo tem dinheiro para financiar a Olimpíada, mas diz que não pode pagar os professores. Estranho, não? — questiona Thomas Kempers, de 18 anos, estudante que participa do #OcupaCembra, escola local ocupada há dois meses.
Professor de história em Paraty e Angra dos Reis, Gustavo Vieira critica o posicionamento do governo estadual:
— Eles não negociam, querem nos vencer pelo cansaço. Nossa situação é precária, mas não vamos desistir. Se não nos ouvirem, não voltaremos com as aulas.