Cotidiano

Estiagem no Paraná só deve terminar em novembro, segundo o Simepar

Volume de chuva previsto para esta semana vai apenas amenizar o tempo seco

Estiagem no Paraná só deve terminar em novembro, segundo o Simepar

Reportagem: Patrícia Cabral

Cascavel – O tempo seco continua castigando o Paraná, que vive a pior estiagem da história. Além de intensa, também é a mais longa. Há um ano vêm sendo registrados déficits hídricos mês após mês. E as previsões continuam desanimadoras.

O baixo volume de chuvas teve início em junho do ano passado. Números mostram que nove municípios de quase todas as regiões do Estado tiveram chuvas bem abaixo da média histórica desde então.

Em cidades como Curitiba, Ponta Grossa, Guarapuava, Maringá, Londrina, Foz do Iguaçu, Cascavel, Guaratuba e Umuarama, a redução média foi de 33% no volume de chuva nos últimos 12 meses.

Em Cascavel, de janeiro a março deste ano, o índice pluviométrico registrado foi de 321 milímetros, quase metade da média histórica dos últimos 15 anos, que ultrapassou os 600 milímetros.

“O verão já havia sido marcado por precipitações muito abaixo do esperado, intensificando a estiagem em todo o Paraná”, explica o coordenador de operação do Simepar, Antonio Jusevicius.

Segundo ele, o outono e o inverno são característicos pela diminuição natural da quantidade e pela frequência de chuvas e as que estão previstas não são suficientes para repor o nível dos reservatórios. “Toda chuva é bem-vinda, mas a previsão é de que não serão longas, vão servir apenas para amenizar um pouco a secura do solo, possivelmente não tenha nem impacto importante na retenção de água pelos reservatórios”, afirmou.

Alerta

A Defesa Civil do Paraná tem enviado SMS de alerta para a estiagem, reforçando a orientação para o consumo consciente de água.

Em Cascavel, várias obras em diversos bairros da cidade reforçaram a capacidade do sistema de captação e distribuição de água da Sanepar. Em Curitiba e Região Metropolitana, a crise hídrica exigiu a implantação de rodízio no abastecimento desde março deste ano.

Medidas nesse sentido em todo o Estado devem ser estendidas até novembro, quando estão previstos o período de chuvas e o possível fim da estiagem, mas, de acordo com o diretor de Meio Ambiente da Sanepar, Julio Gonchorosky, o nível atual dos reservatórios é o menor dos últimos dez anos e vai levar meses até que volte ao normal. “O mais preocupante é que os prognósticos de chuvas para os próximos meses não são muito promissores, mantendo-se a previsão de que teremos um volume muito abaixo da média histórica”, afirmou.

Previsão indicam chuva no próximos dias

Além do desconforto, o tempo seco também é motivo para preocupação com a saúde. A umidade relativa no Estado tem variado de 30 a 40% em grande parte do Paraná, e no oeste e no Sudoeste pode chegar aos 25%. Valores baixos, segundo a Organização Mundial da Saúde, são extremamente prejudiciais à saúde. Entre 20% e 30%, o estado é de atenção, abaixo de 20% é de alerta e, em 12%, é de emergência.

O clima seco deve permanecer até a metade da semana, quando a previsão sinaliza para pancadas de chuvas na região oeste. A aproximação de uma frente fria deve interromper o período seco, e, a princípio, há risco de chuvas fracas até o dia 21 de agosto.