Cascavel – Mesmo com três recomendações expressas do Tribunal de Contas do Estado do Paraná para exonerar cargos criados irregularmente e que representam salários milionários, foram os estagiários da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) do câmpus de Cascavel que pagaram a conta. Na manhã de sexta-feira (14), foram surpreendidos com uma mensagem enviada por WhatsApp, enviada pelo setor de recursos humanos, na qual informava a rescisão dos contratos sob a alegação da falta de dinheiro.
A mensagem era: “tivemos [sic] hoje [ontem] pela manhã com a direção e, foi decidido por parte do diretor [do campus de Cascavel] que fosse rescindido o contrato de todos os estagiários. Motivo: falta de verbas para manter vocês. Ele [o diretor] nos disse também que se for liberado algum recurso para a universidade alguns poderão ser recontratados, Então peço que todos entrem na Central de Estágio e façam suas avaliações e marquem como ultima [sic], pois já tenho que começar a fazer as rescisões. Os únicos estagiários que permanecerão na universidade serão os das clinicas [sic]: odonto [odontologia], fisio [fisioterapia] e farmácia, porque as clinicas [sic] não precisam da universidade financeiramente. Também permanece a estagiária do CCET da professora Giovana”.
E tem mais. Alerta ainda que os estagiários “trabalham só até o dia 20 de dezembro, dia 3 de janeiro [retorno do recesso] já não precisa mais vim [sic], porque vou fazer as rescisões, a não ser que a chefia de vocês converse com o diretor e ele autorize vocês a ficarem, mas para isso vou precisar de um documento assinado pela direção autorizando a permanência. Isso serve para todos que a chefia vá [sic] conversar com o diretor”.
A reportagem apurou que alguns setores podem simplesmente parar com a falta dos estagiários, sobretudo diante de falta de profissionais técnicos contratados.
Uma estagiária, que pediu para não ser identificada, disse que “mais uma vez a corda arrebentou para o lado mais fraco” e que o trabalho desempenhado por ela em um dos laboratórios poderá se perder sem ter alguém para dar continuidade.
Outro lado
Já a assessoria de imprensa da instituição deu uma versão diferente sobre a dispensa. Em nota, informou que, “segundo o diretor do Câmpus de Cascavel, professor Alexandre Webber, não ocorreu a dispensa dos estagiários do Câmpus, o que aconteceu é que, em janeiro, na unidade só funcionarão os serviços essenciais devido às férias, portanto, nos setores que não estiverem funcionando neste mês os estagiários não trabalharão e serão recolocados em seus setores em fevereiro, quando todas as atividades estarão normalizadas”.
Diz ainda que, como os estagiários só recebem por dias trabalhados, a suspensão do contrato em janeiro garante que “eles não percam um mês podendo manter o contrato até seu término”.
A assessoria não informou quantos estagiários são nem quanto o pagamento dessas bolsas representa nos cofres da instituição.