DAMASCO ? Centenas de civis, que haviam sido sequestrados pelos extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) como ?escudos humanos? durante a retirada de seu ex-reduto de Manbij, no Norte da Síria, foram libertados, anunciou neste sábado o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Uma fonte das Forças Democráticas Sírias (FDS), cujos combatentes expulsaram os extremistas da cidade, afirmou à AFP que ?parte dos civis conseguiu escapar na estrada que leva a Jarablos (reduto do EI ao norte de Manbij)?, enquanto ?outros foram libertados?.
Não foi possível confirmar se todos os civis sequestrados foram liberados.
?Centenas se encontram agora em liberdade?, informou o OSDH, uma ONG com sede em Londres que dispõe de uma ampla rede de fontes na Síria.
Na sexta-feira, um porta-voz das FDS e o OSDH anunciaram que os extremistas haviam sequestrados como escudos humanos quase 2.000 civis, incluindo crianças, durante a fuga de Manbij.
? Entre os civis levados pelo EI estão moradores que foram utilizados como escudos, mas também muitos que decidiram sair voluntariamente da cidade por medo de represálias das FDS ? explica Rami Abdel Rahman, diretor del OSDH.
Após uma violenta ofensiva iniciada em 31 de maio, as FDS, uma aliança de combatentes árabes e curdos apoiados pelos Estados Unidos, conseguiram controlar no dia 6 de agosto Manbij, uma cidade estratégica para o abastecimento do grupo extremista.
Vários extremistas resistiram durante uma semana, mas neste sábado o OSDH e uma fonte da FDS confirmaram a saída de todos os combatentes do EI.
? Não há mais jihadistas ou partidários do grupo. Todos foram embora ? disse à AFP Abdel Rahman.
De acordo com o OSDH, desde o início da ofensiva, 437 civis morreram, incluindo 105 crianças em Manbij e região.
Entre os civis, 203 faleceram nos bombardeios da coalizão antijihadista liderada pelos Estados Unidos. No mesmo período, 299 membros das FDS morreram, assim como 1.019 extremistas.