Curitiba – A Coordenadoria Estadual da Defesa Civil do Paraná envia, na manhã de hboje (23), uma equipe a São Paulo para auxiliar na documentação dos municípios atingidos pelas chuvas durante o Carnaval. Ainda no domingo (19), o governador Ratinho Junior colocou à disposição do governo paulista equipes paranaenses para ajudarem na reconstrução e resgate das vítimas afetadas pelos desastres no litoral paulista.
Foram destacados o major Daniel Lorenzetto, chefe do Ceped (Centro de Estudos e Pesquisas sobre Desastres), da Divisão de Gestão de Desastres e do Centro Logístico Estadual da Defesa Civil; o capitão Anderson Gomes das Neves, chefe do Cegerd (Centro Estadual de Gerenciamento de Riscos e Desastres); e o cabo Silvio Rodrigo Ribas de Araújo Correia, que também faz parte da estrutura do Cegerd.
Os três têm experiência na elaboração da documentação que deve ser apresentada por municípios atingidos por desastres, como formulários de avaliação de danos, mapas das áreas afetadas e relatórios sobre a intensidade do impacto social. O major Daniel e o capitão Gomes também fazem parte do Gade (Grupo de Apoio a Desastres), da Defesa Civil Nacional e já auxiliaram em eventos como as inundações no Sul da Bahia, em 2021, e os deslizamentos de terra em Petrópolis (RJ), no ano passado.
Orientação técnica
O capitão Gomes explica que o auxílio aos municípios na elaboração das declarações de normalidade, situação de emergência ou de estado de calamidade pública é uma das fases de trabalho da Defesa Civil em casos de desastre, feito de forma concomitante às ações de resposta. Esse passo é necessário para que as prefeituras possam agilizar recursos estaduais ou federais para atender as necessidades da população e a possível reconstrução dos locais afetados.
“Os municípios podem acessar recursos para a assistência humanitária, como a compra de cestas básicas, além de valores para o restabelecimento de vias e bueiros, entre outras obras”, diz. “Para isso, existe todo um arcabouço documental que deve ser elaborado pelo município para que esse recurso, que é de transferência obrigatória, venha do governo federal. Assim, a prefeitura poderá fazer as ações de assistência, restabelecimento e reconstrução das áreas afetadas”.
O papel da Defesa Civil paranaense, nesse sentido, é prestar uma orientação técnica às prefeituras. “Sem ter tudo isso bem documentado com dados técnicos, o município não consegue captar essa verba do governo federal e teria que utilizar recursos próprios ou pode não conseguir oferecer à população um auxílio de qualidade”, ressalta Gomes.
BOMBEIROS
O Corpo de Bombeiros do Paraná também está de prontidão, caso seja solicitado pelo Governo de São Paulo, a dar apoio nos locais de alagamentos e deslizamentos. Uma equipe de 13 pessoas do Gost (Grupo de Operações de Socorro Tático), incluindo três bombeiros que atuam com cães para resgate, está preparada para ficar por pelo menos 15 dias no estado vizinho se for chamada. A equipe irá se deslocar com três viaturas e deverá levar materiais para estabilização de estruturas e para o atendimento aos alagamentos e deslizamentos.
Foto: Governo de SP
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Desastre de grandes proporções
Segundo o último boletim do Governo de São Paulo, 48 óbitos foram confirmados, sendo 47 em São Sebastião e um em Ubatuba. São 1.730 desalojados e 1.810 desabrigados. Nesse momento há 29 adultos e seis crianças hospitalizadas. Os municípios mais atingidos foram Guarujá, Bertioga, Ubatuba, Caraguatatuba e São Sebastião.
Porém, o número de pessoas desaparecidas após as chuvas ocorridas no litoral norte paulista deve ser ainda maior, segundo estima o secretário estadual de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite. “Não é uma projeção pessimista, mas realista de que pode haver um número maior de vítimas segundo relatos dos Bombeiros e segundo a percepção de quem esteve no local”, disse o secretário, ontem (22).
“Pessoas desaparecidas são aquelas que os familiares comunicaram que o parente não voltou para casa. O posto de comando de São Sebastião tinha o registro de 36 pessoas desaparecidas ontem. Dessas 36 pessoas desaparecidas, houve comparação com a lista de identificação dos corpos e 11 pessoas já foram identificada”, explicou o secretário, completando que “pode então haver a possibilidade de ninguém ter dado a falta de algumas pessoas e essas pessoas terem sido vítimas de soterramento. Estamos fazendo essa projeção porque estivemos lá no local conversando com os moradores”.