SÃO PAULO – Foragido desde segunda-feira, o empresário Humberto do Amaral Carrilho se entregou na tarde desta quinta-feira à Polícia Federal em Curitiba. Ele teve a prisão temporária decretada pelo juiz Sérgio Moro no âmbito das investigações da 29ª fase da Operação Lava-Jato. Carrilho é suspeito de ter pago propina de cerca de R$ 1,3 milhão por contratos negociados com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
O empresário do ramo de combustíveis no Nordeste estava no exterior no dia em que foi deflagrada a 29ª fase da Lava-Jato. A defesa dele informou às autoridades policiais na ocasião que seu cliente se entregaria assim que retornasse ao país.
Carrilho ficará preso por cinco dias, quando Moro decidirá se ele será soltou ou terá a prisão preventiva decretada. O empresário chegou à sede da PF em Curitiba por volta das 15h30, prestou depoimento e foi levado para a cela.
Em delação premiada, Paulo Roberto Costa disse que Carrilho, dono da empresa Distribuidora Equador, o procurou, entre 2008 e 2009, com um projeto de construção de um Terminal de Derivados no Rio Amazonas, em Itacotiara.
De acordo com Costa, o projeto foi aceito, e a empresa foi contratada pela Petrobras, sem licitação, pois se tratava de exclusividade. O ex-diretor da Petrobras disse que, em virtude desta intermediação, o dono da empresa pagou valores ao declarante até fevereiro de 2014. A suposta propina foi repassada por meio contratos falsos de prestação de serviços através da empresa Costa Global – usada pelo ex-diretor da Petrobras para receber propina de diversos agentes investigados na Lava Jato.