BUENOS AIRES – Os presidentes do Brasil, Michel Temer, e da Argentina, Mauricio Macri, se reuniram nesta segunda-feira na residência oficial de Olivos, na região da Grande Buenos Aires, para discutir, principalmente, a crise que atravessa o Mercosul e os problemas que enfrentam ambos os países, com destaque para o aumento da pobreza e do desemprego. Na semana passada, a Casa Rosada admitiu que a taxa de pobreza do país alcança 32%, acima dos 29% que o país exibia quando Macri chegou ao poder, em dezembro do ano passado.
? Ambos temos mais ou menos os mesmos problemas, seja enfrentar a pobreza, o desemprego? todos sabem que no Brasil estamos com um nível de desemprego bastante acentuado ? declarou Temer, que nesta segunda também será recebido pelo presidente do Paraguai, Horacio Cartes, em Assunção.
Os dois chefes de Estado discutiram a situação da Venezuela dentro do Mercosul e reiteraram que o país tem até o próximo dia 1º de dezembro para incorporar as normas internas do bloco. Caso contrário, perderá o status de membro pleno.
Macri e Temer conversaram, ainda, sobre a necessidade de ampliar mercados e avançar em negociações com outros blocos, entre eles a União Européia (UE).
? Queremos criar novos postos de trabalho no Brasil e na Argentina ? disse o presidente argentino.
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Para Macri, o entendimento com a UE é crucial, assim como outros acordos com países como Canadá e Japão.
? Necessitamos criar as condições para criar novos postos de trabalho, os que temos não são suficientes. Temos que encontrar esse equilíbrio e trabalhar em conjunto ? assegurou o chefe de Estado argentino.
Já o presidente Temer aproveitou para defender a aprovação, no Congresso, do projeto de lei que impõe um teto aos gastos públicos:
? No Brasil, tenho de dizer que resolvemos restringir os gastos públicos. Mandamos ao Congresso uma proposta de modificação da Constituição no sentido de que cada orçamento só poderá aumentar as despesas pela inflação do ano anterior? Queremos dar credibilidade às ações que o governo está tomando e essa credibilidade gerará confiança e trará investimentos nacionais e estrangeiros ? sustentou Temer.
