RIO ? A exoneração de 81 funcionários do Ministério da Cultura, entre eles os que formavam a cúpula da Cinemateca Brasileira, foi criticada por setores do meio artístico. Acusado de comandar um “desmonte” na pasta, o ministro Marcelo Calero escolheu, nesta quarta-feira, o Facebook para desabafar e acusar as gestões anteriores.
Escolhido em maio pelo presidente interino Michel Temer, Calero chamou de “estapafúrdia” a avaliação. Ele também disse que a administração passada foi “irresponsável” e “incompetente”. De janeiro de 2015 até o afastamento de Dilma Rousseff, a pasta era liderada pelo sociólogo baiano Juca Ferreira.
“Na tentativa desesperada de construir uma narrativa política, o pessoal raivoso insiste na tese estapafúrdia do ‘desmonte’ do MinC. Desmonte, para mim, é uma gestão irresponsável e incompetente, que para além de preencher mais da metade dos cargos de confiança por apadrinhados políticos, permite que o orçamento do Ministério seja reduzido a míseros 400 milhões de reais – o menor da Esplanada – e deixa como legado uma dívida de mais de 1 bilhão de reais, incluindo inúmeros editais e fornecedores não pagos, além de obras paralisadas. Isso é desmonte”.
Na terça-feira, o MinC divulgou uma nota oficial em que justifica as demissões. “As exonerações fazem parte da reestruturação da pasta e do plano de valorização dos servidores de carreira, anunciado pelo Ministro da Cultura, Marcelo Calero, por ocasião de sua posse. A medida promove o desaparelhamento do Ministério da Cultura e valoriza o servidor de carreira”.