RIO – Ao participar de um evento na noite desta quarta-feira que não constava em agenda divulgada à imprensa, o candidato à prefeitura do Rio Pedro Paulo (PMDB) atacou adversários na disputa pela sucessão municipal e os acusou de usar politicamente o episódio em que ele foi acusado de agredir a ex-mulher, Alexandra Marcondes. O peemedebista esteve no quiosque Palaphita, na Lagoa, em evento promovido por simpatizantes de sua candidatura. Pedro Paulo não tem divulgado agendas na Zona Sul do Rio e, quase sempre, a campanha torna públicas apenas caminhadas e corpo a corpo nas zonas Norte e Oeste.
Ao criticar adversários como Marcelo Freixo (PSOL) e Osorio (PSDB) durante o discurso de meia hora, Pedro Paulo referia-se a eles como ?candidatos com voto na Zona Sul?. O peemedebista tenta avançar em meio ao eleitorado dessa região da cidade e tem participado de eventos na região, sem, porém, colocá-los na agenda de campanha. Antes de ir à Lagoa ontem, onde os convidados receberam uma pulseira que dava direito a bebidas e comidas, Pedro Paulo havia participado de outro evento na região. A reunião no Palaphita ontem teve como anfitrião o dono do estabelecimento.
– Tem candidato, por exemplo, que está ali naquele cabeça com cabeça comigo, que é um candidato que tem até bastante voto aqui na Zona Sul, que foi adversário do Eduardo (Paes), que é o Freixo. Você conversa com ele sobre revitalização do Porto. A gente fez a revitalização do Porto sem onerar um real do ISS, do IPTU do Rio, porque a gente fez ali uma operação urbana consorciada. A gente optou fazer a revitalização com aquilo que a gente chama de Parceria Público-Privada (PPP). Aí, você pergunta para ele (e ele responde): ah não, isso é especulação imobiliária, foi para favorecer empreiteira e tal. Ou seja, não acredita – criticou Pedro Paulo.
Em outro trecho do discurso, Pedro Paulo criticou Osorio, sem, no entanto, citar o nome do adversário. O peemedebista falava de educação e prometia expandir o ensino integral na rede municipal, quando fez referência ao tucano, dizendo que ele colocou no programa que nenhuma escola será construída:
– A gente consegue chegar até o final desse ano com 35% da rede em tempo integral e tem outros mais 65% para colocar em horário integral e tem candidato, da Zona Sul também, que foi nosso companheiro de passagem, mas não de destino, na nossa administração, que diz o seguinte: eu não vou construir uma escola nessa cidade nos próximos quatro anos. Imagina a mediocridade de um prefeito de passar quatro anos sem construir uma escola. Está no programa de governo dele. Não sou eu quem estou dizendo, está ali escrito. A gente precisa estar atento a isso para a gente não dar passos atrás – afirmou.
Já no fim do discurso para os apoiadores, alguns deles que trabalham na prefeitura do Rio, Pedro Paulo citou a acusação de que bateu na ex-mulher, sem citar a palavra agressão. O inquérito sobre o caso foi arquivado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na mesma declaração, o peemedebista criticou adversários por, segundo ele, usarem o episódio para atingi-lo.
– É uma campanha difícil, vários candidatos. Os candidatos, em debate, então, estão desesperados porque a gente está subindo. Ai é aquela coisa. São onze candidatos e dez metralhando eu e Eduardo (Paes), e você ali seguindo em frente. E estão usando de tudo. Usando a vida pessoal e desrespeitando. Desrespeitando eu digo, sabe por quê? A gente tem que fazer uma reflexão aqui: a Justiça, quando ela condena, a gente aplaude. A Justiça, quando absolve um inocente, a gente tem que, no mínimo, respeitar – afirmou Pedro Paulo.
Em seguida, Pedro Paulo cita Osorio, sem nomeá-lo, e critica Crivella. O tucano tem usado o bordão ?mais sentimento e menos cimento? durante suas entrevistas e o candidato do PRB tem dito que quer cuidar das pessoas. O peemedebista, então, ironizou os dois adversários:
– Tem que ter cuidado para não tomar uma decisão com aquilo que é falso (a acusação de que bateu na ex-mulher). Está provado que não é verdadeiro. Eu digo isso para vocês porque esses mesmos que estão falando, que estão inventando, são os mesmos que estão com essa conversa fiada: ah, vou cuidar das pessoas. Tem dois, três candidatos. Tem um candidato que é até simpático aqui da Zona Sul, que foi nosso companheiro meio espevitado aqui da Zona Sul, ele dizia o seguinte: ah, agora é mais sentimento e menos cimento. Tem lá o bispo dizendo: vamos cuidar das pessoas. BRT carrega vento?