Rondon Moradores de Toledo e de Marechal Cândido Rondon percebem algumas movimentações diferentes no canteiro de obras da Castilho, empresa que venceu licitação para a duplicação de 38,9 quilômetros da BR-163 entre os dois municípios. O número de operários e de máquinas está menor do que era há alguns meses e o ritmo de trabalhos parece mais lento.
Apesar das evidências, o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), por meio de suas assessorias de Curitiba e Brasília, afirmou ontem a O Paraná que as obras não vão parar. Em uma das respostas, Henrique França, da Ascom-Dnit afirma: O Dnit está trabalhando para dar continuidade às obras de duplicação da BR-163 entre Toledo e Marechal Cândido Rondon… não há atrasos nos pagamentos e o cronograma das obras segue conforme o planejado, com a previsão de conclusão dos trabalhos para 2018.
A equipe de reportagem procurou os escritórios da Castilho em Rondon e em Curitiba. Diversas pessoas foram consultadas, mas a resposta foi sempre a mesma, de que a empresa não se pronunciaria e que a informação oficial sobre a obra cabe ao Dnit. Ao contrário do que a assessoria do Departamento afirma, a desmobilização do canteiro seria consequência da irregularidade nos repasses. A falta de pagamentos obrigaria a empresa a reduzir o efetivo. Ontem, os trabalhos, mesmo que mais timidamente, ocorriam em alguns trechos da duplicação na 163.
A assessoria do órgão afirmou que não há riscos a outra obra em curso no Oeste, a duplicação dos 74 quilômetros da 163 entre Cascavel e Marmelândia, no interior do município de Realeza. Juntos, os dois trechos somam 112,9 quilômetros e foram licitados por cerca de R$ 850 milhões. O trecho entre Rondon e Toledo custará R$ 306,5 milhões. O ministro dos Transportes, Maurício Quintela, também afirma, quando questionado, que os pagamentos estão em dia e que as obras nos dois trechos estão dentro do cronograma orientado pelo Dnit.
Líderes se dizem preocupados
Mesmo com a garantia do Dnit, líderes da região alcançada pelas obras não escondem que estão preocupados. O ex-presidente da Acimacar e da Caciopar, Sergio Marcucci, afirma que a situação requer atenção. Mesmo com essa informação vinda do Departamento, há sinais de que as coisas não parecem bem. O que as comunidades não querem, em função dos transtornos e prejuízos que isso poderá provocar, é que os trabalhos sejam suspensos. A duplicação entre Rondon e Toledo é uma reivindicação antiga da região e especialmente das duas comunidades diretamente afetadas pela obra. Muito antes de os trabalhos serem iniciados, líderes políticos e empresariais cobravam a obra junto ao governo. Contamos na época com o apoio, entre outros, dos deputados federais Dilceu Sperafico, João Arruda e Evandro Roman. E agora, novamente, eles se colocam de prontidão para mostrar à União que essa obra, bem como a duplicação em direção ao rio Iguaçu, na divisa do Oeste e Sudoeste, é estratégica para o Paraná e para o Brasil, diz Marcucci.