NATAL ? Após tentar fugir da Penitenciária Estadual de Alcaçuz na madrugada desta segunda-feira, um detento foi baleado e socorrido. A Secretaria da Justiça e da Cidadania do Rio Grande do Norte (Sejuc), confirmou ao G1 a ocorrência da ação no maior presídio do RN, rebelado desde o dia 14 deste mês, que fica em Nísia Floresta, município da Grande Natal. Outros presos que também tentavam escapar desistiram.
Agentes penitenciários da unidade evitaram a fuga do primeiro preso que foi baleado no braço ao tentar descer de um dos alojamentos por uma rede pendurada do lado de fora.
Ainda nesta segunda, agentes da Força Nacional descobriram e fecharam mais um túnel em Alcaçuz. Este é o terceiro túnel encontrado desde sábado, quando a polícia entrou na penitenciária para a instalação de um muro de contêineres, com o objetivo de separar presos de duas facções que estão rebelados e se confrontando há nove dias. Os contêineres, cada um com 12 metros, formarão um muro de 90 metros de extensão. O governo diz que a construção de um muro permanente no local levará 15 dias.
Durante a entrada da polícia no presídio no final de semana, os agentes penitenciários aproveitaram e retiraram bandeiras de facções criminosas que estavam hasteadas no local. Peritos do Instituto Técnico de Perícia (Itep) também recolheram partes de corpos de presos assassinados durante briga entre facções rivais no final de semana retrasado. Os policiais entram pontualmente em Alcaçuz desde quinta-feira, quando presos de facções rivais voltaram a se enfrentar com facas e até uma pistola, e a tropa de choque precisou agir usando tiros de borracha para conter os detentos.
A Força Nacional também reforça a segurança nas ruas de Natal desde sexta-feira, após uma onda de violência deixar mais de 20 ônibus incendiados e vários carros e prédios públicos serem alvos de vândalos.
No domingo, um policial da Companhia de Policiamento de Guarda (CPGD) publicou um vídeo denunciando as condições precárias das guaritas em Alcaçuz.
A rebelião iniciada com a morte brutal de pelo menos 26 detentos, chega nesta segunda ao décimo dia de tensão. Presidiários circulam livremente dentro dos pavilhões desde março de 2015, quando uma série de rebeliões destruiu as grades das celas. Na manhã desta segunda-feira, os detentos continuam no telhado portando telefones celulares.