BRASÍLIA ? O deputado Jorge Solla (PT-BA) quer a convocação do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero para que ele reafirme as acusações de que o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, usou o cargo para buscar um benefício pessoal. Solla irá apresentar requerimento para que Calero preste depoimento na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. Se confirmadas as acusações, Solla entende que Geddel praticou crime de prevaricação.
?É uma expressa acusação de crime, tipificado no Artigo 319 do Código Penal, que trata da prevaricação, com pena de um a três anos de prisão. Se Calero acusou outro ministro de estado ao sair, é um caso muito grave e precisa comprovar o que diz para que o caso tenha a consequência devida à luz do interesse público”, afirma o petista, em nota.
Em entrevista à “Folha de S. Paulo”, Calero, que entregou ontem o cargo, diz ter sido pressionado por Geddel para obrigar o Iphan nacional a conceder uma licença favorável para a construção de um empreendimento imobiliário na Bahia, onde o ministro do PMDB teria um imóvel. Calero disse que recebeu ligações e teve conversas pessoais com Geddel nesse sentido e que, no último diálogo entre eles, o peemedebista teria ameaçado demitir a presidente nacional do Iphan, Katia Bogéa, ou a falar com o presidente Michel Temer.
Jorge Solla afirmou que a base do governo não pode impedir Calero de ser convocado na comissão para esclarecer esse assunto.
?Diante do que foi dito, se algum deputado da base governista tentar impedir que Calero seja convocado está sendo, no mínimo, conivente com um crime. Se Geddel não tiver o que temer, que deixe o acusador mostrar suas provas. Agora, agir para impedir sua convocação é declaração de culpa?, afirmou Solla.