SÃO PAULO – Após se recusar a fazer exames para identificar a existência de aneurisma cerebral, o ex-deputado cassado Eduardo Cunha apresentou exames que compravam a doença. Um atestado médico feito, nesta quarta-feira, pelo neurocirurgião Paulo Niemeyer aponta quadro de aneurisma intracraniano, localizado na artéria cerebral média esquerda. Niemeyer recomendou tratamento cirúrgico. Os laudos foram juntados ao processo que Cunha responde na Justiça Federal de Curitiba.
De acordo com a documentação, a doença de Cunha foi identificada num exame realizado em julho de 2015. No relatório, o médico João Pantoja disse que as lesões não indicavam um tratamento preventivo imediato. Pantoja complementa afirmando que um segundo exame, feito em 21 de fevereiro do ano passado, não demonstrou alterações significativas, o que o levou a portar pela obvervação períódica do caso, a cada seis meses.
Um outro exame apresentado pelos advogados, desta vez feito no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo e assinado por dois médicos, em julho de 2015, também detectou quadro de aneurisma cerebral na ?bifurcação da artéria cerebral média esquerda?.
Na terça-feira, Cunha surpreendeu a defesa ao afirmar em audiência ao juiz Sérgio Moro que sofre do mesmo problema da ex-primeira dama Marisa Letícia Lula da Silva, que levou a um Acidente Vascular Cerebral e à morte.
Embora a defesa informe que foi surpreendida com a notícia do aneurisma de Cunha, o Departamento Penitenciário garante que já havia comunicado aos advogados e familiares a doença. Segundo o departamento, o ex-deputado relatou o caso no dia 21 de dezembro e desde então foram solicitados exames à defesa, sem sucesso.
Procurado, Niemeyer não retornou os recados deixados pela reportagem.