Cotidiano

Crivella defende aliança com PR, mas nega promessa de cargos a Garotinho

RIO – Em entrevista ao RJ TV, na tarde desta quarta-feira, o candidato a prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), defendeu a coligação de sua candidatura com o PR, comandado no estado pelo ex-governador Anthony Garotinho. O senador disse que é preciso de “aliança” para governar, mas negou que Garotinho terá cargos ou participação em secretarias, caso Crivella seja eleito. O candidato admitiu, no entanto, que num eventual governo poderá ter relação de proximidade com a deputada federal, Clarissa Garotinho, filha do ex-governador.

Quando perguntado sobre a aliança com Garotinho, que já foi condenado por formação de quadrilha e ato lesivo ao patrimônio (em segunda instância) Crivella negou informação publicada hoje pelo GLOBO, de que negociava secretarias com o clã Garotinho. Ele disse que, em seu possível governo, não haverá indicação política no secretariado.

? A política precisa de alianças. Ninguém pode ganhar uma eleição sozinho, sobretudo uma eleição disputadíssima como é no Rio de Janeiro. A aliança que eu consegui com o PR nos deu tempo de televisão, mas não foi nenhuma condição do ex-governador de participar do nosso governo. Ele tem todos esses processos, vai responder, espero que seja inocentado de todos, e não há nenhum compromisso, nem ele pediu, para estar no meu governo. Quero deixar claro aqui que o Garotinho não vai participar do meu governo. Embora saia hoje no jornal que ele será secretário de Obras ? disse Crivella.

O GLOBO não publicou a informação de que Garotinho seria secretário de Obras, e sim que o clã teria preferência por ocupar a secretaria. No acordo com Crivella, o PR ajudou o senador a mais que dobrar seu tempo de televisão. Clarissa indicou o vice, Fernando Mac Dowell. Em troca, seu partido pediu espaço no governo, preferencialmente a secretaria de Obras. Com a aliança, o ex-governador também mira num possível apoio de Crivella para as eleições de 2018. Contudo, Clarissa nega.

? Ficha limpa é a minha prerrogativa. Agora, veja bem, nós vamos lidar com os vereadores do PR. Poderei, sim, lidar com a deputada Clarissa Garotinho, que foi quem me ajudou a construir essa aliança ? disse ele, acrescentando que a deputada não pediu cargos.

Embora afirme que, caso seja eleito, seu governo não terá indicações políticas, o candidato admitiu que “a política indica”, mas complementou dizendo que “desde que seja técnico, competente e ficha limpa”.

? Não deu certo , o Executivo demite.