Cascavel Um oportuno debate sobre os problemas da área da segurança pública Cascavel vive uma das maiores ondas de violência de todos os tempos foi realizado ontem de manhã, na Câmara de Vereadores, com a participação da maioria dos 21 vereadores e representantes dos organismos policiais, do Judiciário e do Ministério Público.
A iniciativa foi do vereador Valdecir Alcântara e teve por objetivo mobilizar os diferentes segmentos para o enfrentamento da situação, que se agravou sobremaneira com o crescimento do desemprego. Neste ano, a cidade já teve três latrocínios (roubos seguidos de morte), que tiveram como vítimas dois policiais militares e um vendedor de veículos.
Durante o debate, cada convidado teve a oportunidade de expor os problemas e apontar possíveis soluções. Precisamos pressionar os nossos representantes estaduais e federais para que tragam mais recursos para Cascavel e liderem mudanças legais que deem celeridade à Justiça e garantam a implementação de políticas públicas, comentou Alcântara, satisfeito com o resultado do debate.
AÇÃO AMPLA
Fazer segurança pública não é apenas prender pessoas. É pensar no ciclo todo, nos custos ao contribuinte, na ressocialização dos detentos, na volta dessas pessoas para as suas famílias e na manutenção da segurança de todos os cidadãos, defendeu a juíza Claudia Spinassi. É importante trabalhar sempre com políticas públicas juntamente com a execução da Justiça, reforçou o promotor público Guilherme de Rezende. Já o comandante do 6º BPM, major Rubens Garcez, apresentou dados sobre o efetivo da corporação, que recebeu neste ano 68 novos soldados, 49 dos quais para atuar em Cascavel.
CULPA DOS POLÍTICOS
Também presente ao debate de ontem, o juiz criminal Leonaldo Ribas Tavares foi mais incisivo. Não vejo luz do fim do túnel para o problema da segurança pública. Aposto que daqui a cinco anos os números sobre a violência pioraram, sentenciou. Quem construiu o sistema não entende nada de segurança pública. Muitas vezes é o deputado que faz as leis para o Judiciário implementar, mas não tem capacidade técnica para corrigir o sistema, o qual poderia ser aprimorado, reforçou.