SÃO PAULO – A militante do PSC Patricia Lélis, de 22 anos, indiciada pela polícia paulista por denunciação caluniosa e extorsão após acusar o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) de tentativa de estupro e de ter sido submetida à cárcere privado por um assessor do parlamentar, usou sua página em uma rede social para desabafar. Na publicação, ela disse que ?a crentalhada e a militância ? que defendem Feliciano estão ?em desespero?. A defesa de Patricia diz que o indiciamento foi precipitado.
?Uma coisa é fato: você pode denunciar o seu vizinho, o seu amiguinho ou até mesmo o seu pai e irmão. Mas se você denunciar um pastor, vulgo ?homem de Deus? e da então direita, que diz odiar criminoso, a crentalhada e a militância entram em total desespero?, postou Patricia. Logo em seguida, ela apagou seu perfil no Facebook. A publicação chegou a ter 34 compartilhamentos.
Após investigações, a Polícia Civil conluiu que a militante mentiu em seu depoimento. Ela foi indiciada por denunciação caluniosa e extorsão após acusar o assessor de Feliciano, Talma Bauer, de sequestro e cárcere privado. Já a denúncia contra Feliciano está em Brasília. Por ser deputado federal, ele tem foro privilegiado.
A defesa da Patrícia disse, por meio de nota, que a Polícia Civil já tinha opinião formada sobre o caso. ?O mencionado delegado já havia demonstrado interesse em ouvir a Patrícia mais uma vez e em momento algum nos opusemos. Infelizmente, o Dr. Luiz Roberto já estava com a sua opinio delicti formada e deixou bem claro que ?nada que Patrícia falasse ou mostrasse iria mudar a sua opinião?. Ele não queria o depoimento da Patrícia Lélis. Ele queria ouvir dela a versão dele sobre os fatos?
A advogada Rebeca Aguiar afirmou ainda que assumiu a defesa da militante recentemente e pediu cinco dias de prazo para apresentar provas e testemunhas. ?Não temos interesse em mudar a nossa versão (real) sobre os fatos. O Dr. Luiz Roberto também alega ter em mãos laudo que comprova que Patrícia Lélis seria mitomaniaca. Esclarecemos que Patrícia Lélis não passou por nenhum tipo de perícia. Estamos com cópia integral do inquérito policial e não existe nenhum laudo técnico nesse sentido?.
A defesa comenta que o indiciamento foi precipitado: ?Nem todas testemunhas sobre os fatos foram ouvidas e nem as nossas provas apresentadas?. Procurado nesta sexta-feira, o delegado Luiz Roberto Hellmeister, titular do 3º Distrito Policial (DP), Santa Ifigênia, ainda não comentou as declarações da advogada.