PARIS Os atentados que abalaram Paris em 2015 não foram evitados devido a falhas na comunicação e nas ações do serviço de Inteligência francês, e as seis agências que atualmente operam no país devem ser unificadas, recomendou a Comissão Parlamentar de Inquérito sobre os ataques, cujas conclusões foram apresentadas nesta terça-feira.
Presidente da Comissão, Georges Fenech propôs um único órgão semelhante ao Centro Nacional Antiterrorista dos EUA. Os ataques de janeiro e novembro, que deixaram 147 pessoas mortas no total, provocaram fortes críticas aos serviços de segurança.
Diante da ameaça do terrorismo internacional, precisamos ser muito mais ambiciosos em termos de inteligência ressaltou Fenech.
O presidente apontou falhas nas ações das forças de segurança na noite de 13 de novembro. Quando os policiais chegaram à casa de shows Bataclan, onde mais de cem pessoas estavam retidas por homens armados, uma patrulha militar local se recusou a lhes dar armas.
Fenech também questionou por que o comandante de uma unidade de crime grave foi encarregado da operação, sendo que o país também tem uma força de operações especiais disponível e uma unidade de elite especializada em situações de terrorismo e reféns.
Ainda de acordo com a comissão, o estado de emergência decretado após os atentados de 13 de novembro, assim como a mobilização de militares, teve um efeito limitado para a segurança nacional.
O estado de emergência teve um efeito, mas parece que rapidamente se reduziu afirmou o relator da comissão, o deputado socialista Sébastien Pietrasanta.
A comissão questiona ainda o verdadeiro valor agregado para a segurança do território nacional da chamada Operação Sentinela, que incluiu a mobilização de milhares de soldados para proteger colégios, sinagogas, áreas comerciais e outros locais considerados sensíveis.