O risco de queimadas florestais que está elevado este ano preocupa também a Copel, que cuida de 13 mil hectares no entorno dos reservatórios de usinas hidrelétricas. O trabalho de proteção feito pela Companhia inclui a vigilância constante para evitar a devastação causada por incêndios, além de coibir ocupações, aberturas de acesso, construções irregulares, atividades ilegais de extração de madeira e caça.
O capitão Bruno José Guedes Fidalgo, do Corpo de Bombeiros de Telêmaco Borba, alerta que a combinação de vegetação seca após o inverno e a baixa umidade do ar são fatores críticos, mas os incêndios são na maioria dos casos resultados da ação humana. “Muitas vezes, as pessoas vão pescar ou passar o dia na mata, acendem fogueiras e perdem o controle da situação. Há também pessoas mal intencionadas que ateiam fogo na vegetação para abrir clareiras, em ambos os casos o fundamental é respeitar a legislação ambiental que proíbe uso de fogo em áreas de preservação”, diz.
Na semana passada, o oficial liderou uma força-tarefa com equipes do Corpo de Bombeiros, da Copel e da Klabin para combater um incêndio em uma das ilhas existentes do reservatório da Usina Governador Jayme Canet Junior (Usina Mauá), que fica no rio Tibagi, entre Telêmaco e Ortigueira.
A área de mais de 240 hectares de mata nativa preservada na Ilha Grande estava ameaçada pelo fogo que se espalhava rapidamente com o tempo seco e o vento – condições que tornavam o trabalho de combate às chamas bastante perigoso.
Foram quatro dias de trabalho com equipes que faziam o trabalho por terra usando abafadores e bomba costal enquanto uma aeronave sobrevoava o local captando água do reservatório para ajudar a apagar as chamas. O incêndio foi totalmente extinto somente na sexta-feira (30).
O técnico da Copel, Joel Serenato Martins, que trabalha na inspeção fundiária no reservatório da Usina destacou a importância da ação coordenada e rápida. “Além da preocupação com a mata nativa, estávamos apreensivos com os animais que habitam a ilha, havia muitos focos de incêndio espalhados e, caso não houvesse uma intervenção imediata, esses animais seriam cercados pelo fogo e acabariam morrendo”, afirma.
Segundo o capitão Fidalgo, a presença de fogo em diferentes pontos da ilha verificada durante os sobrevoos sugere um caso de incêndio criminoso. “Existia madeira de lei cortada e separada em toras no local. O mais provável é que alguém tentou limpar o terreno para retirar dessa madeira de forma ilegal e a situação saiu do controle”.
SEGURANÇA – Ele também destaca que a providência imediata a ser tomada em caso de identificação de um foco de incêndio é comunicar o Corpo de Bombeiros ligando para o número 193. “Já houve registro de vários acidentes e óbitos em incêndios florestais porque a propagação é rápida e a pessoa pode ficar sem rota de fuga. Mesmo o combate inicial ao fogo deve ser feito somente se houver segurança para isso, com rotas de fugas livres e acesso próximo a fontes de água. Caso contrário, deve-se aguardar ajuda”, orienta.