O Fórum Sindical de Cascavel estima que nove a dez mil pessoas participaram das manifestações contra as reformas Trabalhista e Previdenciária, no Calçadão da Avenida Brasil, em frente à Catedral Nossa Senhora Aparecida ontem. Os atos, que iniciaram às 10h, fazem parte da greve geral, que ocorre em todo o Brasil.
Conforme o presidente da APP-Sindicato, Paulino da Luz, o protesto sai mais uma vez em defesa do trabalhador. “As mudanças que podem ocorrer nas leis trabalhistas e também na previdência vão trazer prejuízos, e por isso, toda a população foi convocada a participar”, relata Luz.
O ato em Cascavel foi organizado pelo Fórum Sindical, que envolve 21 classes trabalhistas. Além delas, trabalhadores do setor privado e público foram convocados a participar dos protestos. No local, faixas e cartazes pediam a revisão dos textos das reformas que vão mexes na previdência social e também em algumas regras voltadas ao trabalhador celetista. A matéria, que já passou pela Câmara dos Deputados, em Brasília, agora está nas mãos do Senado.
Escolas e CMEIs
No dia de paralisação nacional, servidores de escolas e CMEIs (Centros Municipais de Educação Infantil), optaram por aderir ao movimento. Conforme a Prefeitura de Cascavel, a maioria das unidades escolares da rede municipal ficou sem aula. A exceção são quatro CMEIs (Arco Íris, do Bairro Cancelli, Aprisco, do Centro, Padre Luiz Luise, do Parque São Paulo e Peter Pan, no São Cristóvão). Nestes locais, os atendimentos seguiram normalmente.
De acordo com a Secretaria de Educação, os servidores que paralisaram terão de fazer a reposição do horário e a reposição do conteúdo.
Colégios e universidade sem aula
Em Cascavel, servidores e professores da Unioeste e da rede estadual de ensino aderiram à greve geral. Conforme o Núcleo Regional de Educação, dos 94 colégios estaduais, 12 paralisaram totalmente, 46 parcial e outras 20 com funcionamento normal. O NRE informou ainda que não foi possível entrar em contato com outras 11 unidades, além de cinco em Capitão Leônidas Marques que estão fechadas por conta do feriado municipal.
Somente em Cascavel, das 42 unidades, três foram fechadas totalmente, 27 parcial e seis funcionaram normalmente. A situação de outros seis colégios não foi informada.
Outros setores também tiveram seus serviços suspensos. Em Foz do Iguaçu, duas mil pessoas participaram das mobilizações, incluindo os trabalhadores da coleta de lixo, transporte público, forças de segurança, além de servidores e professores da rede municipal de ensino. Em Toledo, quatro agências bancárias fecharam as portas nesta sexta-feira (28). No município, a greve teve a adesão de aproximadamente 700 pessoas de várias categorias.
Ponte interditada e rodovias fechadas
Os protestos ocorreram também nas rodovias federais e estaduais do Paraná. Conforme a PRF (Polícia Rodoviária Federal), na região Oeste apenas o KM 131 da BR-163 ficou totalmente interditado. O trecho, próximo à ponte do Rio Iguaçu, entre o município de Capitão Leônidas Marques e Distrito de Marmelândia, foi ocupado por manifestantes, que queimaram pneus e bloquearam a pista. Outros dois pontos que totalmente interditados foram a PR-151, em São João do Triunfo e a BR-158 em Laranjeiras do Sul. Permaneceram parcialmente interditadas a BR-277 (São José dos Pinhais), PR-484 (Quedas do Iguaçu), PR-473 (Quedas do Iguaçu e Cruzeiro do Iguaçu), BR-476 (Araucária), BR-277 (Curitiba) e BR-376 (Mauá da Serra). Até o início da tarde, a maioria das rodovias já havia sido liberada.
No Paraná, os protestos ocorreram em vários municípios. Em Foz do Iguaçu, motoristas de ônibus do transporte coletivo aderiram à greve geral, deixando os usuários sem o serviço. O mesmo ocorreu em Curitiba, Maringá, Londrina e Ponta Grossa.