RIO – Ele é chamado de misógino por causa de versos que causam raiva em feministas. É criticado por encarnar um personagem virulento só para atrair atenção. Mas tem uma horda de fãs dispostar a dançar até o fim do mundo (ou da festa) durante seu set, que mistura estilos como dubstep, house e heavy metal. Este é o israelense Borgore, de 29 anos, cujo nome circula nas redes sociais do Brasil após a apresentadora Titi Muller, do Multishow, protestar contra ele no festival Lollapallooza, em São Paulo, neste domingo.
“Na medida em que ele foi ganhando visibilidade, as letras compostas por ele, extremamente machistas, misóginas, babacas, foram ganhando visibilidade e, obviamente, muitas críticas. Teve muita gente que foi, inclusive, em defesa dele. A própria Nervo, que vai tocar aqui hoje e não autorizou nossa transmissão, falou que apesar de ele compor letras tipo ‘aja como uma vadia mas antes lave louça’… eu não sei como interpretar isso”, disse Titi, iniciando o principal assunto das redes sociais nesta segunda-feira.
Não faltam versos considerados agressivos contra as mulheres nas faixas de Borgore. “Se eu quero uma garota, eu pego. E pego a amiga dela” e “Mas o boquete é a única maneira de calar a boca dela” são apenas mais alguns exemplos. Nada que o showbiz já não tenha visto antes. Snoop Dogg e tantos outros expoentes do gangsta rap americano ascenderam à fama nos anos 90 cantando verdadeiros “hinos machistas”.
Por mais estranho que seja ver alguém surgindo com esse discurso em meio a toda a mobilização em prol da igualdade de gênero, há muitas mulheres no cordão de adoradores de Borgore. A pedido dele, suas fãs estão sempre enviando fotos eróticas para ele via redes sociais.
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Borgore se esquiva das críticas dizendo que tudo não passa de piada e que, na verdade, ele ama as mulheres.
“Metade do meu Twitter sou eu rindo de judeus, e eu sou judeu. É piada. A vida é uma droga. Quando as pessoas estão insultando mulheres, é idiota, então estou rindo disso”, disse o artista numa entrevista ao site “Buzzfeed” em 2014.
Asaf Borger começou sua carreira musical como baterista da banda de death metal Shabira. Ele adotou o nome de Borgore depois de se mudar para Los Angeles e se lançar como DJ e produtor musical. Em 2012, lançou o single “Decisions”, com participação da popstar Miley Cyrus. Por causa disso, o artista é considerado o artífice por trás da transformação da ex-estrela infantil Hannah Montana em uma cantora conhecida pelas letras e coreografias repletas de sexualidade.
