Cotidiano

Companhia aérea regida por lei islâmica deixa de voar após seis meses

RayaniAir.jpgRIO – Quando começou a operar, em dezembro de 2012, a Rayani Air chamou a atenção por adotar a sharia, a lei islâmica, como política empresarial. Seis meses depois, a companhia aérea low-cost da Malásia foi fechada após seguidos problemas com o órgão de regulação da aviação civil daquele país.

Após uma série de reclamações por parte de passageiros e funcionários, de consecutivos atrasos e cancelamentos e de investigações na administração da empresa e nos procedimentos de segurança, o Departamento de Aviação Civil da Malásia revogou a licença da Rayani Air.

O inquérito foi aberto em abril, quando as reclamações por cancelamento de última hora atingiram seu ápice. No mesmo mês a companhia também enfrentou greves de pilotos, por atrasos de salários.

Em março, a companhia já havia chamado a atenção por emitir bilhetes de embarque a mão, com nome dos passageiros, assentos e destino escritos à mão para um voo entre Kuala Lumpur e Kuching. A situação levantou suspeitas sobre as condições de segurança da operação da companhia, já que qualquer pessoa poderia apresentar um pedaço de papel com seu nome e o número do voo.

Entre as peculiaridades da empresa estava a obrigação de as comissárias de bordo usarem o hijab, véu que deixa apenas o rosto descoberto. O serviço de bordo era totalmente halal (sem carne de porco, por exemplo), e o consumo de bebidas alcoólicas era proibido. E orações eram feitas antes de cada decolagem. A companhia realizava voos domésticos com dois aviões Boeing 737-400.

A Rayani Air foi a primeira companhia aérea da Malásia a se pautar pela sharia. Ela seguiu o exemplo de duas outras empresas: a Saudia, da Arábia Saudita, e a IranAir, do Irã.