Cotidiano

Comércio teme queda nas vendas e desvalorização dos imóveis em Lindoeste

Lindoeste – Os empresários de Lindoeste até tentaram, mas o trecho em duplicação da BR-163 entre Cascavel e Marmelândia, em ambos os sentidos, não vai passar pelo perímetro urbano do Município, diferente do que ocorre hoje com a pista simples.

Os dois viadutos estão em construção em um percurso da rodovia que contorna a cidade. Ao menos um deles está quase concluído e o outro segue em obras, mas em um ritmo mais lento pela falta de recursos para dar sequência aos trabalhos. As negociações não avançaram nem mesmo para manter uma das vias no trajeto já existente.

Segundo o prefeito de Lindoeste, José Romualdo Pedro, o que se articula agora com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) é um acesso à cidade entre um viaduto e outro, permitindo que parte do tráfego acesse o Município e não faça a economia local minguar, a exemplo do que ocorreu com o Distrito de Santa Maria, em Santa Tereza do Oeste. Ali o trânsito já foi desviado e praticamente todos os estabelecimentos comerciais às margens da pista antiga fecharam as portas. “Mas entendemos que o Brasil passa por uma crise e não tem verba nem para terminar o que está no projeto. A obra caminha devagar, mas assim que forem assegurados mais recursos vamos intensificar a discussão para este acesso extra”, afirmou.

O prefeito estima que os 5,3 mil habitantes dependem economicamente, de forma direta ou indireta, do fluxo da rodovia 163. São restaurantes, postos de combustíveis, farmácias, lotéricas que atendem muitos viajantes, mas que não rodariam quilômetros extras para fazer as compras com a estrada apenas margeando a cidade. “Desde o início o projeto previa a rodovia fora de Lindoeste porque a pista dentro da cidade é muito estreita e o Dnit preza pela segurança. Isso traz alguns receios e outro dele é a desvalorização dos imóveis com a pista fora do perímetro urbano e até mesmo o desemprego no comércio com o movimento caindo”, reforça.

Falta de recursos e obra na ponte parada?

Apesar do então ministro dos Transportes Mauricio Quintella ter afirmado durante sua visita à região no fim do ano passado que não faltariam recursos para a conclusão da obra, que tem cerca de 40% dos trabalhos concluídos e necessitaria de pelo menos mais R$ 550 milhões para sua conclusão, as frentes de trabalho caminham em ritmo menos acelerado.

Há um mês e meio, de uma reunião na Superintendência Estadual do Dnit em Curitiba veio a confirmação de que não há mais verbas, além dos R$ 70 milhões anunciados por Quintella ainda em 2017 oriundos de emendas parlamentares. Vale lembrar que parte do recurso foi direto para a conta do consórcio que executa os trabalhos, que já havia desembolsado dinheiro próprio para tocar a obra no ano passado.

A outra parte foi direcionada à construção da segunda ponte sobre o Rio Iguaçu, em Capitão Leônidas Marques. Este, por sua vez, era o trecho onde os trabalhos contavam com maior concentração de pessoas até porque o serviço precisa caminhar em ritmo mais acelerado porque o nível do rio deverá subir com as obras da Usina do Baixo Iguaçu.

Nesta semana, a reportagem do Jornal O Paraná passou pelo trecho e constatou que não há trabalhadores na ponte e que pequenas frentes estão concentradas em três pontos distintos, uma delas em um dos acessos a Lindoeste. O Dnit foi questionado se houve alguma mudança no cronograma das ações, mas não houve respostas.

Já na Usina, a informação é de que, quanto ao enchimento do reservatório, a data prevista para ser iniciado o processo é outubro de 2018. O procedimento deve demorar de cinco a dez dias para atingir a área total e a altura necessária, cercado de total segurança.