Cotidiano

Cientistas descobrem cinco novas partículas subatômicas

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LONDRES ? Cientistas da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (conhecida pela sigla CERN) anunciaram a descoberta de cinco novas partículas subatômicas, que podem ajudar a explicar como os centros do átomo se mantém unidos. De acordo com a professora Tara Shears, da Universidade de Liverpool, o achado aconteceu por acaso, graças ao poder do Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês).

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? Essas partículas estavam escondidas em plena vista por anos, mas foi necessária a sensitividade extraordinária do detector de partículas do LHC para nos chamar a atenção ? contou Tara, à BBC.

As partículas descobertas são diferentes estados do bárion Ômega-c, cuja existência foi confirmada em 1994. Por anos, os físicos acreditaram na possibilidade da existência de vários diferentes estados de excitação dessa partícula, mas eles nunca foram detectados. Até agora.

Assim como os nêutrons e prótons, o bárion é formado por partículas ainda menores, chamadas quarks, que são classificadas em seis tipos: up, down, strange, charm, bottom e top.

Os nêutrons e prótons são formados por quarks dos tipos ?up? e ?down?, que são mantidos unidos por uma poderosa força nuclear. Os físicos trabalham com a teoria da cromodinâmica quântica para compreender essas interações, mas previsões requerem cálculos complexos.

Já os bárions são formados por quarks dos tipos ?charm? e ?strange?, mais pesados que os ?up? e ?down?. O bárion Ômega-c-zero é formado por dois quarks ?strange? e um ?quark?. Além desse estado, os cientistas detectaram que o Ômega-c-zero decai para um outro bárion, chamado ?Xi-c-plus?, com um ?charm?, um ?strange? e um ?up?. Por sua vez, esta partícula decai para outras três: um próton p, um káon K- e um píon ?+.

Para os cientistas, a esperança é que com o estudo desses ?primos? dos nêutrons e prótons seja possível compreender melhor o funcionamento das forças nucleares.

? Essa é uma descoberta importante que vai jogar luz sobre como os quarks ficam unidos ? disse Greid Cowan. ? Isso deve ter implicações não apenas para o melhor entendimento de prótons e nêutrons, mas também para estados mais exóticos de quarks múltiplos, como tetraquarks e pentaquarks.

O Grande Colisor de Hádrons é o maior acelerador de partículas do mundo, instalado num túnel com 27 quilômetros de circunferência na fronteira entre a França e a Suíça. Em 2013, o laboratório ganhou destaque na imprensa internacional pela detecção do Bóson de Higgs, conhecido popularmente como a ?partícula de Deus?.