Cotidiano

Cientistas apresentam propostas prévias de uso do ?sucessor? do Hubble

RIO ? A mais de um ano de seu lançamento, previsto para outubro de 2018, o telescópio espacial James Webb (JWST, na sigla em inglês), apontado como o ?sucessor? do Hubble, já tem 200 propostas prévias de uso de seu valioso tempo de observação. Em balanço divulgado esta semana, o Instituto de Ciências do Telescópio Espacial (STScI, também na sigla em inglês), sediado nos EUA e também responsável pelas operações do Hubble, informou que estas chamadas ?notificações de intenção? de uso do equipamento incluem temas que vão desde a formação e evolução de galáxias (o mais frequente, com 49 propostas) ao estudo de discos protoplanetários e formação planetas extrassolares (19), chegando até observações dos confins do Universo e suas implicações para a cosmologia (9), entre outros.

Links James Webb

Ainda de acordo com o STScI, as propostas prévias envolvem um total de 2.379 cientistas, dos quais 477 nunca buscaram obter tempo no Hubble, com a maior equipe reunindo 119 pesquisadores. Os líderes e colíderes dos estudos vêm de 24 países, com representantes de 34 dos estados americanos e um de seus territórios. O STScI abriu o período de apresentação destas notificações de intenção em 6 de janeiro, com limite de inscrição até 3 de março último. Agora, as equipes que submeteram estas notificações de intenção têm até 18 de agosto para apresentar seus projetos completos de pesquisa.

Diferentemente do Hubble, que opera no espectro da luz visível, o JWST observará o Universo principalmente na faixa do infravermelho com um espelho principal de 6,5 metros de diâmetro (contra 2,4 metros do Hubble), o que permitirá que ?enxergue? ainda mais longe e, consequentemente, para trás no tempo, e estude a formação das primeiras estrelas e galáxias do Universo, pouco depois do Big Bang, há cerca de 13,8 bilhões anos. Ele será enviado para um ponto no espaço conhecido como Lagrange 2 (L2), localizado a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra na direção oposta do Sol, onde as influências gravitacionais dos dois astros se equilibram e o telescópio pode melhor manter a posição relativa ao nosso planeta. Lá ele também estará mais bem protegido do calor e da radiação solar, pois precisa estar em um ambiente frio e escuro para fazer suas observações em infravermelho.

Time-Lapse do Telescópio James Webb