Cascavel – O trabalho constante e em conjunto dos órgãos de trânsito da cidade está surtindo efeitos na redução de acidentes e de mortes tanto no perímetro urbano quanto nas rodovias. E, como reflexo disso, Cascavel acabou sendo convidada para integrar o Pnatrans (Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito no Paraná). Um decreto estadual já foi assinado e as reuniões serão realizadas pelo Detran-PR (Departamento de Trânsito do Paraná), com objetivo de debater soluções para um trânsito mais seguro em todo o estado.
Durante os trabalhos, representantes de diversos órgãos pensarão em soluções baseadas nos seis pilares do plano, a fim de cumprirem a meta que é de reduzir em, no mínimo, 50% as taxas de mortes no período de 10 anos, de 2018 a 2028. Cascavel foi convidada a fazer parte do grupo devido ao destaque na redução de acidentes na cidade.
A presidente da Transitar, Simoni Soares, será a titular do grupo que vai se reunir periodicamente e analisará ações comportamentais, com foco na troca de experiências. Simoni lembrou que a cidade já está à frente porque há 10 anos conta com o Cotrans (Comitê Intersetorial de Prevenção e Controle de Acidente de Trânsito), que desenvolve as ações do Programa Vida no Trânsito. “Já desenvolvemos quatro dos seis pilares que são referência do programa e isso é muito bom”, disse.
A presidente da Transitar reforçou que os dados refletem uma mudança no comportamento das pessoas que estão envolvidas no trânsito que ocorreu quando a autarquia começou a analisar e divulgar os dados, ampliando a divulgação para mostrar e confrontar a realidade. “Por exemplo, 80% dos acidentes na nossa cidade são em cruzamentos semaforizados, por isso, as pessoas precisam saber, entender e mudar o comportamento”, destacou.
Reconhecimento
Para Luciane de Moura, encarregada pelo setor de Educação no Trânsito da Transitar e presidente do Cotrans, a inclusão de Cascavel no Penatrans é o reconhecimento dos trabalhos que estão sendo desenvolvidos com reflexo direto na queda de óbitos em acidentes em 50%m na comparação entre janeiro e agosto 2021 e 2022, dentro da cidade, e de 30% incluindo as rodovias e marginais.
Luciane Moura lembrou que o comitê trabalha com a visão zero, que é de exatamente em buscar zerar o número de óbitos e, por isso e para isso, muitas ações estão sendo realizadas, unindo o tripé de educação, engenharia e fiscalização de trânsito. “Temos que pensar no trânsito como um todo e Cascavel agora faz parte de um grupo de trabalho, que pensa em ações estaduais e que vão refletir em todo o país”, explicou.
Outro resultado positivo foi que a cidade foi incluída pelo o Observatório Nacional no Programa Educa e recebeu livros que foram distribuídos para a rede municipal de ensino.
Sobre as próximas ações, Luciane Moura lembrou que a ideia é, em breve, ampliar as ciclofaixas na cidade, passando dos atuais 31 quilômetros para 70 km, para melhorar os locais apropriados para aqueles que gostam de pedalar e principalmente, os que utilizam a bicicleta como forma de se locomover para trabalhar.
Foto: Secom/Transitar
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PRF quer padronizar velocidade nas rodovias do perímetro urbano
Ricardo Salgueiro, chefe do Núcleo de Policiamento e Fiscalização da PRF (Polícia Rodoviária Federal), e que também integra do Cotrans, disse que para a cidade é muito importante fazer parte do Pnatrans e lembrou que o próximo passo é trabalhar para conseguir estabelecer um padrão de quilometragem máxima nas rodovias federais de 70 km para pista simples e de 80 na pista dupla dentro do perímetro urbano. “Queremos que se torne padrão para reduzir a velocidade e para facilitar aos condutores que trafegam pelas rodovias”, explicou.
Salgueiro deu exemplo do trecho da BR-467 que, entre a Avenida Barão do Rio Branco até o Trevo Cataratas, é de 100 km por hora e outros pontos é 80 e outros 70. “Acreditamos que vai facilitar para os condutores e dar um resultado na redução de acidentes”, disse. Segundo dados do sistema da PRF, neste ano nas rodovias federais que fazem parte da delegacia de Cascavel, ocorreram 19 mortes, em 229 acidentes deixando 258 feridos. No mesmo período do ano passado, foram 21 óbitos, em 240 acidentes com 255 feridos. Os dias da semana com mais acidentes e óbitos são de sexta-feira a domingo.