Cotidiano

Campo devolvido pela Petrobras pode interessar empresas médias de petróleo

RIO-O campo de Piracucá, em águas rasas na Bacia de Santos, devolvido pela Petrobras e a Repsol/Sinopec à Agência Nacional do Petróleo (ANP), poderá despertar o interesse de empresas petrolíferas de médio porte. O campo é de pequeno porte com reservas principalmente de gás natural e óleo condensado (leve) estimadas em cerca de 200 milhões de barris de óleo equivalentes, e segundo especialistas ao mesmo tempo que não é economicamente viável para grandes empresas, é interessante para empresas de médio porte.

A Petrobras explicou que decidiu devolver o referido campo por não sere economicamente viável l o seu desenvolvimento. “Estudos comprovaram não haver viabilidade técnico-econômica para o desenvolvimento da produção do Campo de Piracucá”, informou a Petrobras ontem.

Para o geólogo e especialista Pedro Zalán, a complexidade do reservatório do campo, aliado aos elevados investimentos que seriam necessários para o seu desenvolvimento, que incluiriam a construção de um gasoduto, motivaram o consórcio Petrobras/Repsol/Sinopec devolver a concessão. Ele lembrou que a Petrobras vai produzir muito gás natural nos campos do pré-sal que é associado ao petróleo e portanto não fazia sentido gastar recursos elevados, no momento de redução de gastos, para desenvolver a produção desse campo.

_ Se a ANP decidir licitar este campo no futuro, empresas como a Karoon, a PetroRio e a Queiroz Galvão talvez se interessassem por este ativo.Será uma boa oportunidade para empresas de porte médio que queiram investir em uma descoberta já comprovada e dimensionada, em águas rasas, em frente ao maior mercado consumidor de energia do país, que é o estado de São Paulo – destacou Zalán.

O Campo de Piracucá foi descoberto pela Petrobras no bloco BM-S-7 que htinha sido operado anteriormente pela Chevron obtido n rodada da ANP em 2000. A companhia americana tinha perfurado dois poços secos e desistiu do bloco. A Petrobras assumiu a operação, reinterpretou os dados, descobriu as jazidas e perfurou vários poços para delimitar as reservas. . A comercialidade foi declarada em Abril de 2009.

O campo fica no pós-sal em águas rasas, entre 200 metros a 300 metros de profundidade do nível do mar. De acordo com Pedro Zalán, o esse campo tem uma geologia complexa, porque os reservatórios são fragmentados em várias acumulações independentes pela ação do sal.

– Provavelmente, há problemas técnicos (qualidade do gás, complexidade das acumulações) e econômicos (a produção do gás requereria a construção de um gasoduto até o litoral de São Paulo) que fizeram as companhias desistir do desenvolvimento do campo – destacou Zalán.

E preciso lembrar também que as duas companhias estão em processo de sesinvestimentos. O geólogo lembrou que Repsol vendeu sua operação no pré-sal em campos , como o e Pão de Açúcar e Gávea para a Statoil. E a Petrobras está em com um programa forte de vendas de ativos que no ano passado atingiu US$ 13,6 bilhões, e tem como meta outros US# 21 bilhões em 2017/18.

– Por tudo isso pequenos campos não interessam no momento à Petrobras, ainda mais de gás no mar – afirmou Zalán.