BRASÍLIA. Na tentativa de afinar uma agenda com o Senado Federal, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, se reuniu na noite desta terça-feira em um jantar com senadores na residência oficial do presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros. Segundo os participantes do encontro, no entanto, o ministro adotou um tom genérico e evitou ser taxativo nos posicionamentos, mesmo quando questionado diversas vezes sobre qual será a linha adotada pelo governo em relação aos reajustes dos servidores do Judiciário. O reajuste, que se estende ainda a outras categorias, deve passar agora pelo plenário da Casa e tem um impacto estimado de R$ 67,7 bilhões até 2018.
Parte da base de apoio ao governo, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) deixou o encontro com fortes críticas ao tom adotado. Segundo ele, em um esforço de não desagradar ninguém, o governo acaba por não se posicionar como deveria e deixa o Congresso Nacional sem norte:
? Você não pode ir para uma reunião dessas achando que pode agradar gregos e troianos. O governo tem que ter uma posição: eu sinto muito não posso atendê-los, a posição neste momento é corte, não aceitar aumento, mostrar pulso firme. Para que ponto o governo vai governar? Vai deixar correr? Não é por aí, precisamos de balizamento, de uma proa, de um norte e de uma contenção de gastos.
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Segundo Caiado, a tendência é que o Senado vote o reajuste apenas para os servidores do Judiciário e do Ministério Público Federal, que não têm reajustes há alguns anos. Além do reajuste, o ministro foi questionado sobre a renegociação das dívidas com a União. Em ambos os casos, ele se limitou a dizer que a decisão, agora, é do parlamento.
? Ele disse que seria uma pauta do Congresso. Neste momento mais do que nunca o governo tem que ser um sinalizador ? disse.
