BRASÍLIA – O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou por unanimidade, com restrições, a aquisição das marcas de preservativo Olla, Jontex e Lovetex, que hoje pertencem à Hypermarcas, pela Reckitt Benckiser. A compradora é dona da marca de camisinhas Durex e da KY, de lubrificantes. Para que a operação seja aprovada, contudo, a Reckitt terá que vender a KY, líder no mercado.
Em janeiro, a operação de compra era estimada em R$ 675 milhões. No início de agosto, a Superintendência-Geral (SG) do Cade recomendou a não aprovação da fusão. A SG entendeu que, após a operação, a Reckitt teria elevado nível de concentração sobretudo no mercado de lubrificantes íntimos.
Segundo o parecer, se a compra fosse aprovada da forma como foi encaminhada pelas empresas ao Cade, não haveria marcas rivais capazes de competir com a empresa, o que poderia resultar em ?aumentos de preços relevantes?. Além disso, haveria pouco espaço para entrada de novas marcas no mercado.
Diante da análise dos técnicos do Cade, as empresas se reuniram durante o último mês com o relator do caso no tribunal administrativo, o conselheiro Paulo Burnier, para chegar a um consenso sobre um possível ?remédio estrutural? que viabilizasse a compra. A própria Reckitt Beckinser apresentou uma proposta prevendo a venda na KY.
Com a venda, os conselheiros do Cade acreditam que o poder de concentração da empresa nesses mercados seria diminuída, bem como os riscos de danos aos consumidores de preservativos e lubrificantes:
? Em síntese, as empresas propuseram o desinvestimento da marca KY para um agente econômico com as condições necessárias para rivalizar com a empresa no mercado de lubrificantes íntimos. O fato de a KY ser marca líder nesse mercado, elimina os problemas concorrenciais visualizados no mercado de lubrificantes íntimos bem com no mercado de preservativos ? disse o relator.