BOSTON – A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, passou seus serviços de custódia, que chegam a US$ 1 trilhão de ativos de clientes, da State Street Corp. para o banco americano JPMorgan Chase & Co na tentativa de cortar custos. A decisão faz parte da estratégia da BlackRock de requerer taxas mais baixas, segundo fonte próxima ao assunto. O banco disse que o acordo foi uma das maiores transferências de ativos de custódia já realizada.
A BlackRock encontrou um parceiro no JPMorgan, que tem crescido no ramo de custódia e agora gerencia US$ 20,5 trilhões em ativos. O banco investiu em tecnologia de automação, que ajuda a oferecer os serviços mais baratos, informou outra fonte que acompanha a situação. A instituição financeira espera angaria dezenas de milhões de dólares em tarias anuais com o acordo.
?Muitos dos clientes da BlackRock vão ter economias de custo através da redução das despesas operacionais ao nível do fundo?, afirmou Derek Stein, diretor-gerente sênior e chefe do negócio de operações e tecnologia da BlackRock, em comunicado via e-mail nesta quarta-feira.
A BlackRock não guarda segredo sobre os planos de pôr mais pressão sobre vendedores. O presidente Rob Kapito afirmou em conferência no ano passado que buscaria concessões enquanto tenta conter os gastos.
MARGENS DE LUCRO ATRATIVAS
O chefe de banco de investimento e corporativo do JPMorgan, Daniel Pinto, afirmou que tem a instituição tem se concentrado no negócio de custódia por causa das margens de lucro e taxas estáveis. Uma das prioridades é aprimorar a eficiência através da tecnologia de automação, disse ele em apresentação em fevereiro. Isso ajudou o negócio a gerar margens superiores a 25%.
Pinto afirmou nesta quarta-feira, em comunicado, que o acordo é uma ?validação de investimentos que fizemos e dos recursos que acrescentamos ao negócio de serviços de custódia e financiamento?. O banco aumentou a clientela no setor de custódia em 10% nos últimos 12 meses, disse o JPMorgan. A empresa espera administrar os ativos da BlackRock pelos próximos dois anos.
Os investidores da State Street viram a decisão da BlackRock como um golpe. As ações da companhia chegaram a cair 3,8% na Bolsa de Nova York. O CEO da State Street, Jay Hooley, afirmou que a BlackRock fez contato com o banco de custódia na busca pela diversificação de clientes. Hooley disse que, já que a BlackRock cresceu para uma gestora de dinheiro de US$ 5,15%, a empresa decidiu que precisava de outro parceiro.
A State Street tinha ativos sob custódia e administração de US$ 28,8 trilhões no último trimestre de 2016. A empresa afirmou qe permaneceria como prestador de serviço da BlackRock mesmo com a mudança. O banco New York Mellon, a maior instituição financeira de custódia, registrou US$ 29,9 trilhões em ativos.