Cotidiano

Autoridades alertam: chegada de sarampo é questão de tempo

Cascavel – Sem casos registrados há duas décadas, doenças consideradas erradicadas como o sarampo têm posto regionais inteiras em alerta.

Uma suspeita da doença há cerca de um mês na área de abrangência da 10ª Regional de Saúde de Cascavel fez com que os profissionais da área se mobilizassem e permanecessem em sentinela. Os exames laboratoriais deram negativos para a doença, mas segundo o enfermeiro Daniel Loh, da 10ª Regional da Saúde, é uma questão de tempo para o sarampo chegar à região.

Isso é provocado por dois motivos. O primeiro deles diz respeito às baixas coberturas vacinais que deixam a população vulnerável. “Estamos convivendo com gerações que não viram doenças como o sarampo e a poliomielite, então elas acham que essas doenças não existem e são influenciadas por falsas notícias num movimento antivacina. Ocorre que não temos visto essas doenças justamente porque tivemos no passado altas coberturas vacinais e as pessoas estavam imunizadas. Com esse movimento de não darem vacina aos filhos, a realidade dessas doenças pode voltar a qualquer momento”, alerta.

O segundo motivo é o intenso movimento de migração da Venezuela para o Brasil e por lá essas doenças são rotina. O Norte do Brasil já vive surto de sarampo e um bebê morreu em Manaus fim de junho devido à doença.

Tanto o sarampo quanto a poliomielite são doenças que podem deixar sequelas gravíssimas, no caso da pólio limitações físicas como paralisias e ambas podem matar.

Com um sistema de cobertura vacinal gratuita considerada um dos mais completos do mundo, o Brasil tem visto o movimento pela não vacinação crescer de forma preocupante. No Paraná, as coberturas têm sido uma das menores das últimas duas décadas. Parte disso é atribuída a notícias falsas sobre efeitos colaterais e reações após a imunização.

O preço a ser pago pode ser alto e pode não demorar. O Paraná é um dos estados que devem receber um número elevado de venezuelanos e que podem trazer na bagagem a doença. “Além disso estamos no período de férias e muitas pessoas viajam. As doenças podem ser trazidas pelos viajantes. A situação preocupa e muito”, completa o enfermeiro.